Brasília - Emprego, remuneração e gestão de pessoas foram os principais pontos da pauta da reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú com a direção do banco, nesta quarta-feira (28), em São Paulo.
Foram apresentados os números do processo de fechamento de agências do primeiro semestre. Ao todo, 214 unidades foram encerradas, envolvendo 4.226 funcionários. Desses, 94% foram realocados. Dentro dessas, 16 agências foram do Itaú Personnalité.
“Desde o início da divulgação do fechamento das agências na imprensa, nossa preocupação sempre foi com a garantia do emprego. Os números mostram que nosso acompanhamento deu resultado”, afirmou Jair Alvez, coordenador da COE Itaú.
Washington Henrique, diretor da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), questionou o banco sobre o “fechamentos das agências em Brasília, já que no relatório apresentado pelo Itaú consta o fechamento de duas unidades e, essa semana, três agências do Itaú Personnalité já tem data marcada para fechar as portas”. O banco ficou de analisar a situação com a área responsável, assim como a realocação dos funcionários dessas unidades. A resposta do banco ficou agendada para segunda-feira (2).
Remuneração
Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda a abertura de negociação sobre os programas Ação Gerencial Itaú para Resultado (Agir) e o Score de Qualidade de Venda (SQV). O Itaú-Unibanco foi um dos pioneiros na utilização de ferramentas de Gestão Organizacional fundamentadas em avaliações por resultados e qualidade. O Agir é a maior ferramenta desse tipo dentro da instituição. Porém, só voltada para as agências de varejo.
Mais recentemente, o banco lançou um Programa de Qualidade Total denominado SQV, que serve, segundo a empresa, para avaliar o comportamento das vendas realizadas pelos bancários, o que gera penalidades aos trabalhadores.
Só que, assim como o Agir, o SQV foi implementado sem participação alguma dos trabalhadores, o que faz com que esses programas entrem em conflito com o trabalho real; ou seja, o dia a dia dos funcionários.
Na próxima reunião, que será realizada no dia 18 de setembro, será entregue uma pauta sobre os programas. As reivindicações serão baseadas em pesquisa realizada com os trabalhadores sobre eles e estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“Os funcionários só são contemplados nesses programas quando eles e a agência atingem a pontuação máxima. Queremos criar uma fórmula de reconhecimento para os demais trabalhadores com bom desempenho”, disse Jair.
Ainda para a próxima reunião, o banco se comprometeu a dar explicações sobre o programa “Vai que dá”, lançado recentemente.
Gestão
O COE Itaú entregou para a direção do banco denúncias de humilhações que estão ocorrendo no momento de demissão e de transferências de funcionários para agências a mais de 20 quilômetros da última. “Acreditamos que nos dois casos, o problema é de gestão. Tanto na condução da demissão, como na escolha de uma agência muito longe por pura birra”, finalizou.
Os trabalhadores também farão um convite para que o diretor executivo do Itaú venha à sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) apresentar suas projeções e expectativas para 2020.
Fonte: SEEB/Brasília com Contraf-CUT