O 11º Congresso Estadual dos Bancários de Rondônia (COBAN) começou exatamente às 9 horas e, apesar de ter previsão de encerramento até às 12 horas, foi estendido até as 14h40, comprovando o sucesso da primeira versão virtual do maior e mais importante evento da categoria do ramo financeiro do Estado, com uma forte participação de todos os envolvidos na transmissão feita, em tempo real, pelo aplicativo Zoom.
Ao final do Congresso, dirigentes sindicais e os bancários dos bancos públicos e privados de Rondônia definiram a pauta que será levada para a Conferência Nacional dos Bancários que acontecerá nos dias 17 e 18 de julho, também de forma virtual.
Na pauta, a cláusula salarial defendida pelos bancários rondonienses é que inflação mais 5% de ganho real. Mas a pauta também tem, como prioridades:
DEFESA DO EMPREGO
A luta em defesa da manutenção do emprego, sem demissões, a realização de campanha nas redes sociais sobre o lucro dos bancos, a falta de empregados para atendimento aos clientes, e denunciar os bancos nacionalmente que fazem demissões.
DEFESA DOS BANCOS PÚBLICOS
Implementar campanhas de mídia massiva para o público em geral, de todas as classes sociais, com foco nas classes B, C e D, demonstrando a importância dos bancos públicos para os brasileiros e desmistificando que bancos públicos só existem no Brasil.
TELETRABALHO
Rondônia se mostrou contrária à implantação do home office, mas, caso se torne efetiva, que os bancos sejam responsáveis pelo custeio de todo o material e estrutura de trabalho de maneira ampla e irrestrita, que seja custeado despesas com ar condicionado, internet, imobiliário, e que o bancário tenha um horário de trabalho de acordo a jornada atual, sendo que a partir do fim da jornada, ele não tenha como acessar o sistema, bem como autorize a fiscalização periódica do local de trabalho pelo sindicato.
SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHO
Combate às metas abusivas e ao assédio moral e sexual; Denunciar abusos, em especial, os advindos da pressão por cumprimento de metas impossíveis de serem cumpridas.
Protocolo de Segurança COVID-19: Após o bancário apresentar sintomas da covid-19, que todos os bancários sejam testados imediatamente para certificar que não estão infectados, ficando em quarentena até sair o resultado do exame e sanitizar/desinfetar imediatamente a agência ou departamento.
DEFINIÇÃO DOS DELEGADOS
Em seguida os bancários definiram, em votação, os delegados para a Conferência Nacional dos Bancários, Congresso da Fetec/CN/CUT e para os Congressos Nacionais dos Empregados do Banco do Brasil (CNFBB) e Caixa (CONECEF).
CONECEF – Euryale Brasil (SEEB-RO) e Clara Crispim
CNFBB
Keli Cristina (SEEB-RO) e Cleiton dos Santos (FETEC-CN-CUT)
FETEC
Ivone Colombo, Antônio Tavares (SEEB-RO) e Bryanne Fernandes (Caixa)
CONFERÊNCIA NACIONAL
Ivone Colombo, Clemilson Farias e Tatiana Pontes
O COBAN VIRTUAL
Ricardo Vítor, diretor de Saúde do SEEB-RO e operador da transmissão, disse que “assim como no Congresso presencial, você deixa de fazer alguma coisa, deixa de estar junto com os amigos e familiares, para participar ativamente das nossas palestras e debates. E todos estão de parabéns por participarem deste momento histórico no movimento sindical”.
O presidente da Fetec/CN/CUT, Cleiton dos Santos, destacou que “o toque humano fortalece. Fomos levados a esta forma de trabalho, e agora precisamos enfrentar esta situação. Mas tem que ficar claro que neste momento o que importa é defender a vida, pois a finalidade deste governo é fazer uma limpeza étnica e populacional, e ele vai jogar a culpa para o vírus e para os prefeitos e governadores. Temos que proteger a vida, o emprego e o nosso patrimônio, os bancos públicos”, mencionou.
Para o presidente do SEEB-RO, José Pinheiro, o 11º COBAN, o primeiro produzido em formato digital, por videoconferência, foi um sucesso.
“Por ser o primeiro congresso neste formato, não tínhamos experiência, mas foi um sucesso, principalmente pela participação dos bancários, que ficaram das 9 até as 14h30 ininterruptamente. Os trabalhadores estão de parabéns, porque apesar deste ineditismo no formato utilizado, eles participaram do começo ao fim, muito ativos, propositivos e realmente interessados em defender seus direitos, de participar da luta na defesa do emprego, da saúde, das condições de trabalho, pelos bancos públicos, pela manutenção de seus direitos e por mais conquistas”, avaliou.
Pinheiro agradeceu a todos, e pediu novamente que os bancários denunciem os casos ao Sindicato.
“Muitas vezes a gente não atua porque não nos chega a informação. Tem casos de colegas que foram contaminados pelo vírus, passou o prazo da quarentena, se curaram e nada nos chegou. Há muita subnotificação, que também é promovida pela ocultação dos casos pelos bancos”, destacou, dando ênfase também às ações do Sindicato desde o início da pandemia. “Desde a decretação da pandemia pela OMS, já começamos a negociar com a Fenaban, cobrando o home office, que não é o ideal numa situação normal, mas na pandemia, é essencial. Em Rondônia procuramos governo do Estado para ouvir nossas demandas, desde o decreto de estado de emergência do dia 22 de março. Cobramos os superintendentes, os gestores das direções regionais e das agências. Nos casos que não foram atendidos, buscamos e conquistamos via judicial, com concessão de liminares a favor do Sindicato. Conseguimos salvar vidas e evitar que mais pessoas fossem contaminadas, mas mesmo assim, temos aproximadamente 80 trabalhadores infectados no ramo financeiro de Rondônia, que é um número preocupante”, acrescentou.
O presidente também ressaltou que as negociações da Campanha Nacional, por conta do distanciamento imposto pela crise sanitária, que não permite as reuniões presenciais, será ainda mais difícil.
“Vamos ter uma Conferência Nacional que também será em formato virtual. O governo tem agido contra os trabalhadores, com essas MP’s. Uma delas caducou, que permitia o trabalho aos sábados e ampliação da jornada de trabalho. Pela pressão conseguimos barrar. Outras questões, como a ultratividade, os bancos se desviam, assim como do tema do pagamento da PLR. Querem retirar os bancos públicos para ‘negociar à parte’, o que representará toda a influência danosa do governo nos debates. Tivemos a conquista do compromisso dos bancos em não demitir durante a pandemia, mas o Santander já está descumprindo, além de ampliar a cobrança por metas inatingíveis, principalmente neste momento de crise. Apesar das críticas, conquistamos um acordo com o Banco do Brasil que, na atual conjuntura, acaba sendo o que foi possível o que conseguir”, concluiu.