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3 de Agosto de 2021 às 06:00

COBAN 2021 – Além da pandemia do coronavírus, estamos vivenciando a pandemia da fome e da miséria, avalia Juvandia Moreira


A primeira palestrante do 12º COBAN (Congresso dos Bancários do Estado de Rondônia), realizado neste sábado (31/7) foi a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Juvandia Moreira, que fez uma minuciosa análise da conjuntura nacional. E em sua explanação, a líder sindical foi enfática ao afirmar que o povo brasileiro atualmente não enfrenta apenas o novo coronavírus, mas também uma pandemia de fome e miséria.

“Estamos vivenciando um cenário de ataques à classe trabalhadora e aos direitos trabalhistas desde o governo Temer, e essa política segue com o governo Bolsonaro, e este governo não usa os bancos como deveria, que era pra gerar políticas públicas, créditos para enfrentar esta pandemia. Ou seja, agora, além da pandemia do coronavírus, estamos vivenciando a pandemia da fome e da miséria. São 20 milhões de brasileiros passando fome, com 116 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar, ou seja, pessoas que não conseguem se alimentar como deveriam, não ganham dinheiro suficiente para garantir a compra de alimentos necessários para alcançar os níveis ideais de nutrientes para a sobrevivência. Isso é muito triste, e ao mesmo tempo em que vemos esse crescimento da miséria, desse desemprego que atinge 15% da população, vemos também os ricos ficando mais ricos. Em 2019 tínhamos 42 brasileiros com fortuna superior a R$ 5 bilhões, e hoje são 70 bilionários no país. Eles enriqueceram ainda mais na pandemia, às custas do empobrecimento da população, e por uma política, deste governo, que ataca direito, que ataca os trabalhadores, que atacou o movimento sindical”, destacou Juvandia.

Para a dirigente, que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, este segundo semestre de 2021 é importante, e os bancários tem que estar preparados para fazer muita resistência.

“Há pouco estávamos na luta para não perder o tícket alimentação e o vale refeição, ameaçados pelo governo. Esse é apenas um ataque que sofremos, mas temos muitas outras. O tempo todo são editadas medidas provisórias que atacam ou o direito dos bancários, como a liberação da jornada aos sábados e domingos. Hoje temos uma medida provisória que afeta os fundos constitucionais e, consequentemente, os bancos como o Basa. Temos ataques do fracionamento, da venda de segmentos importantes da Caixa, reestruturações no Banco do Brasil e na Caixa, que reduziram o número de funcionários e que afetaram, inclusive, salários. Então temos uma situação bem complicada e é por isso que temos que lutar, juntos, para que nosso país retome o caminho do desenvolvimento, da inclusão social, para não termos que presenciar cenas como as de Mato Grosso, onde as pessoas enfrentavam filas para pegar ossos, para fazer um caldo, para se alimentar de alguma forma”, acrescentou Juvandia.

A presidenta da Contraf-CUT reforçou a convocação à categoria bancária para a luta, que se inicia já e que será ainda mais importante para 2022. “Nós, como bancários, como categoria organizada em todo país, temos a obrigação de lutar para mudar esta realidade nacional. Somos referência para todas as categorias em todo país. Ano que vem é um ano importantíssimo, imprescindível para nossa luta, pois haverá a eleição, e se quisermos continuar defendendo a Caixa, o Basa, o Banco do Brasil, os direitos dos trabalhadores, os sindicatos, a gente não pode eleger o Bolsonaro, e nenhum candidato que defenda essa política de privatizações e de retiradas de direitos. Porque só a luta nos garante”, concluiu.


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