“Como medidas de segurança para que haja total proteção a todos que frequentam nossas unidades, o Banpará iniciará higienização e desinfecção na agência Barcarena Centro onde nossos serviços ficarão suspensos até o dia 14/4/2020. Porém no dia 15/4/2020 estaremos de volta”, informa comunicado do banco, aos clientes, divulgado nas redes sociais.
A medida foi tomada depois do afastamento de um bancário da unidade, no início do mês (1º), quando apresentou sintomas gripais.
“Tudo isso podia ter sido evitado ou, pelo menos minimizado, se a direção do Banpará ou governador do estado tivessem nos ouvido, nos recebido, planejado um cronograma de pagamento para evitar as aglomerações do lado de fora das agências em todo o Pará. Não é tempo de metas, não é tempo de agradar ao chefe, não é tempo de produtividade a qualquer custo. A urgência, agora, é salvar vidas! Será que os diretores do Banpará realmente conseguem dormir tranquilos, bem protegidos, sabendo que milhares de famílias sob sua responsabilidade direta estão potencialmente em contato com o vírus diariamente? Temos notícias de colegas alérgicos, asmáticos, com esposa grávida, em quimioterapia, que deveriam estar em home office mas estão trabalhando em jornada presencial”, destaca a dirigente do Sindicato e bancária do Banpará, Vera Paoloni.
Em Barcarena, há 3 casos confirmados de coronavírus na cidade, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). Hoje, dois bancários da mesma agência, começaram a apresentar os sintomas da doença, como febre e tosse.
Na agência Castanheira, em Ananindeua, também há casos suspeitos. Um deles está internado e outros dois afastados, com sintomas da covid-19. Todos aguardando resultados do teste.
O surgimento dos casos acima começou exatamente no mesmo tempo de incubação da doença que coincide com o início do pagamento da folha dos servidores estaduais no mês passado.
De acordo com o Ministério da Saúde a doença pode ficar incubada até duas semanas após o contato com o vírus. O período médio de incubação é de 5 dias, com intervalo que pode chegar até a 12 dias.
As entidades sindicais começaram a cobrar medidas de prevenção assim que o primeiro caso foi confirmado no estado no dia 18 de março. A direção do Banpará recebeu as dirigentes sindicais uma única vez quando ficou de dar respostas às reivindicações apresentadas naquele dia.
De lá pra cá, foram nove ofícios solicitando novas rodadas de negociação, com denúncias ao Comitê de Crise do Comando Nacional dos Bancários em São Paulo. Foi preciso que o Sindicato buscasse na justiça uma liminar para que o banco colocasse os bancários e bancárias dos grupos de risco em home office. Só havia a liberação dos mais de 60 anos.
O Sindicato dos Bancários do Pará também recorreu ao governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) por meio de carta aberta, ofício, até a Central Única dos Trabalhadores reforçou o apelo da categoria bancária.
No início dessa semana, o chefe do executivo reuniu com representantes dos bancos e anunciou novas medidas que obriga as instituições financeiras a disponibilizarem máscaras ou alternativa de higienização para clientes. Passando a ser permitido nestes locais somente pessoas com uso de máscaras.
Na área externa onde se formam filas deverá ser sinalizada, obedecendo à distância de um metro entre as pessoas que estejam com máscaras, e 1,5 m entre pessoas sem máscaras.
“Medidas que na prática não evitam aglomerações. Sem contar que máscaras e álcool em gel não estão sendo sequer garantidos para nossos colegas, que dirá para clientes e usuários. Reunir somente com os banqueiros é ignorar o apelo de quem está na linha de frente atendendo a população diariamente e arriscando a própria saúde. É valorizar mais a economia do que as vidas”, pondera o presidente do Sindicato, Gilmar Santos.
Diante de um descaso generalizado, por parte da direção do banco e do governo, o Sindicato agora espera fazer parte do comitê de crise instalado pela direção do Banpará que, a exemplo de outras instituições e da própria Federação Nacional dos Bancos, permanecem em mesa de negociação discutindo medidas de combate ao avanço da pandemia nos bancos.
“Diante da menor suspeita de contaminação, a unidade deve ser imediatamente fechada, com aviso aos clientes e usuários para que também busquem a quarentena domiciliar, e todos os funcionários da unidade sejam imediatamente testados. Somente após o resultado dos testes é que será definida a reabertura, ou não, da unidade. Esses testes devem ser custeados pelo banco, em laboratório privado, uma vez que pela Sespa esses testes estão regrados”, sugere a vice-presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.
O diretor administrativo do Banpará, Paulo Arévalo, entrou em contato com o Sindicato, marcando reunião para a próxima segunda-feira, às 10h, na matriz do banco. Afbepa também irá participar do encontro.
Fonte: Bancários PA com Ministério da Saúde