A agenda de três dias de Caravana Bancária em Santarém, oeste do Pará, começou na terça-feira (27) com o Dia de Luta de Paralisação Nacional por uma Caixa 100% pública e em protesto contra os sucessivos ataques do governo federal ao segundo maior banco público do país. A investida mais recente é a possível abertura de capital da Caixa Seguridade, prevista para acontecer nesta quinta-feira (29). A manifestação ocorreu em frente à agência Orla.
“A Caixa é hoje responsável pelas principais políticas públicas e de desenvolvimento do país. É nesse banco público que a população encontra parceria e facilidade para realizar o sonho de comprar a casa própria, de cursar uma faculdade, de fazer seu pequeno negócio crescer, de ter a esperança de um futuro melhor”, destaca o dirigente do Sindicato em Santarém e empregado da Caixa, Joacy Pereira.
O estado de greve foi aprovado em assembleia, determinando uma paralisação em todo o Brasil de 24h. Entre as reivindicações também estão a luta contra o assédio institucional que existe na empresa, por mais contratações, pagamento correto da PLR Social conforme o Acordo Coletivo vigente e Vacina Já para a categoria bancária e população.
Em seguida, os dirigentes sindicais, Sandro Mattos, Érica Fabíola que saíram da capital para encontrar os diretores do Sindicato na região oeste, Rafaela Carletto e Joacy Belém, visitaram todas as agências bancárias de Santarém e Mojuí dos Campos, acompanhados pelos advogados do escritório Mary Cohen Advocacia, Daniel Almeida e Adam Souza.
“Nosso roteiro de visitas às unidades bancárias foi dividido ao longo desses três dias de Caravana que encerrou nesta quinta-feira, na agência do Banpará em Mojuí dos Campos. A principal pergunta dos colegas é sobre a inclusão da categoria como prioridade na vacinação contra a Covid-19 e que foi respondida com um breve resumo de toda uma verdadeira corrida que começamos no início do ano antes da chegada das vacinas ao Pará. De lá pra cá já enviamos oficio ao governo, prefeituras, secretarias de saúde. Nosso pedido contou também com o apoio e reforço de deputados federal e estadual, vereadores e intermediação do Ministério Público do Estado. Em nível nacional, a Contraf-CUT já fez o mesmo pedido ao Ministério da Saúde e teve apoio da Fenaban, mas até agora nenhuma data confirmada, mas não vamos desistir até sermos atendidos. Se somos essenciais para economia do país, queremos continuar sendo, mas vivos e protegidos, e a vacina é o meio mais eficaz para isso”, explica Sandro Mattos.
E por falar em vacina, o último dia de Caravana foi marcado pelo apoio de mais três vereadores pela inclusão da categoria como prioridade na vacinação contra a Covid-19. São eles: JK do Povão (PSDB), Murilo Tolentino (PSC), Elieiton Lira (AVANTE) que se comprometeram em apresentar e defender o pedido junto à Secretaria Municipal de Saúde.
No início deste mês, a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira e a diretora Rafaela Carletto reuniram com a coordenadora de atenção básica à saúde do município, Irlaine Figueira, com a vereadora Biga Kalahari e a assessora de imprensa Daina Abnatar, para fazer a mesma solicitação. Na época, a gestora municipal concordou com o pleito da categoria bancária, mas disse que o munícipio precisa seguir o que estabeleceram os governos federal e estadual quanto às prioridades no plano de imunização.
Entre uma agenda e outra, o Sindicato fez uma pausa para encontrar e homenagear o recém-bancário aposentado e ex-delegado sindical do Banco do Brasil, Wander Couto
“Trabalhei 20 anos no Banco do Brasil, saí agora, neste ano, no Plano de Demissão Voluntária. Como delegado sindical, participei desde à época do ex-presidente do Sindicato, Alberto Cunha, o Betinho. Então lá se vão mais de 15 anos de luta e resistência. Encontrei no sindicalismo a forma de me defender e também os colegas de trabalho, das ameaças que o banco impõe. Aprendi muito na convivência com os dirigentes: Betinho, Gaia, Rosalina, Gilmar, Marcão, Luís Otávio, Tatiana, e outros mais. Vejo o Sindicato, como o único meio que temos para nos defender dos patrões e por isso pretendo continuar sindicalizado, e espero que os colegas bancários que ainda não são sindicalizados, que procurem fazer isso o quanto antes, e assim aumentarem nossa força de luta como categoria e de atuação do Sindicato como nossos representantes. Tem uma frase que me acompanha desde que me sindicalizei: “Não Fique Só! Fique Sócio!”, lembra Wander.
“Wander foi, é e sempre será minha inspiração nessa luta de todos os dias por melhores salários, condições de trabalho e agora nessa pandemia, por vacina, que desde o ano se intensificou ainda mais quando passei aceitei o convite em fazer parte, pela primeira vez da direção do Sindicato. Missão que assumi com muita disposição, coragem e desejo de dias melhores para nossa categoria. Meus parabéns ao Wander pela luta. Essa homenagem foi mais que merecida”, afirma a diretora do Sindicato em Santarém e ex-colega de banco do Wander, Rafaela Carletto.
A Caravana Bancária em Santarém também levou solidariedade em forma de 13 cestas básicas ao Clube da Luta Feminina que atende mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade social no bairro Vista Alegre do Juá.
O projeto tem pouco mais de um mês e através da oficina de biojóias ensina sobre empoderamento feminino e econômico, e também presta atendimento jurídico e psicológico.
“As mulheres, maioria mães solo, foram as mais afetadas em todos os sentidos nessa pandemia, principalmente o econômico e social. O auxílio emergencial não tem sido suficiente para garantir o básico e por isso, vários sindicatos do país, filiados à Contraf-CUT aderiram à campanha Sindicato Solidário para ajudar essas famílias a ter um pouco de dignidade e comida de qualidade na mesa. A fome dói, a fome mata, quem tem fome tem pressa. 19 milhões de brasileiros e brasileiras enfrentaram a fome no último trimestre do ano passado segundo pesquisas”, destaca a dirigente sindical, Érica Fabíola.
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Fonte: Bancários PA