A tecnologia nunca foi tão fundamental nesses tempos de pandemia para aproximar as pessoas, diminuindo a distância imposta pela necessidade de isolamento social.
Foi diante dessa nova realidade, que bancários e bancárias da Caixa do Pará, participaram do Encontro Virtual Estadual em preparação à Campanha Nacional desse ano. O tema desse ano não poderia ser outro “A distância não nos limita”.
“Nossa Campanha Nacional segue garantindo espaços democráticos, porque não abrimos mão do diálogo com a categoria para construirmos nossas lutas, até porque não paramos em nenhum momento desde que essa pandemia chegou, uns foram isolados em home office, outros colegas não, perdemos alguns, outros felizmente se recuperaram e por todos e todas não podemos parar a luta por melhores condições de trabalho, salário, contra o retrocesso e em favor da democracia”, destaca a vice-presidenta do Sindicato e bancária da Caixa, Tatiana Oliveira.
Aglomerações continuam proibidas, as medidas de distanciamento e proteção não devem ser relaxadas, e em meio a tudo isso, a vida de todos e todas segue com problemas que precisam ser enfrentados.
Diante do atual cenário de pandemia, que revelou graves consequências para a classe trabalhadora, como o aumento do desemprego e flexibilização das leis trabalhistas, através de Medidas Provisórias, resistir é o lema.
“Referindo-me à categoria bancária, o coronavírus só fez antecipar, os projetos do atual governo, com a privatização, e dos banqueiros, de fechar agências, de reduzir postos de trabalho com o avanço em massa da tecnologia. Mas mais uma vez, a maioria é esquecida dentro desses projetos nefastos. Por isso a importância de resistir e apoiar as entidades sindicais que estão na linha de frente pela saúde e manutenção dos empregos e salários da categoria bancária”, afirma o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.
Por falar na população esquecida, uma pesquisa Ipsos realizada a pedido do Nubank, startup brasileira pioneira em serviços financeiros, no final do ano passado, apontou que para 85% das pessoas, não ter que ir a um banco é um motivo para ter uma conta digital, pois 42% das cidades não têm agências bancárias, segundo dados do Banco Central.
No Pará, a agência Barco da Caixa, leva atendimento à população das cidades onde não há agencia bancária, mas por conta da pandemia, as viagens foram suspensas e voltaram a ser retomadas, com todas as medidas de segurança e protocolos das prefeituras, nesse mês de junho.
“No início da pandemia tivemos algumas dificuldades de resolver os problemas devido a falta de logística na região, mas felizmente conseguimos estabelecer diálogo com a superintendência da Caixa, que se comprometeu a tratar cada demanda que apresentamos e por isso a importância de os bancários e bancárias fazerem as denúncias pra gente”, reforça a vice-presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.
A dirigente sindical também relembrou que a Caixa foi um dos primeiros bancos a adotar um protocolo de medidas de prevenção na pandemia e que serviu de modelo para outras instituições, como as barreiras de acrílico para atendimento presencial e a contratação de vigilantes para fazer a triagem na porta de acesso às agências bancárias.
Com essas palavras de ordem, que o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Dionísio Reis, abriu sua participação no Encontro, referindo-se a ameaça de privatização do banco.
“A Caixa é do povo, a Caixa não se vende, em pouto tempo passamos de indispensável a essencial nessa pandemia, e por esse motivo, pelo papel social da Caixa e pelos milhares de empregados e empregadas desse banco, somos contra a privatização, contra a abertura de capital da Caixa”, explica Dionísio Reis.
De acordo com o funcionalismo da região Sudeste do Pará, a rede de atendimento do Saúde Caixa em Marabá está cada vez mais restrita, os poucos oftalmologistas e odontólogos credenciados se desvincularam ao plano devido ao valor do repasse muito abaixo do mercado.
Nesse sentido, uma das propostas aprovadas no Encontro foi o “Saúde Caixa para todos e todas, novos e antigos”.
1) Combater o discurso do governo, de jogar a população contra os servidores públicos e as estatais, para justificar as privatizações;
2) Combater o fim das metas cobradas pelos gestores;
3) Saúde Caixa para todos e todas, novos e antigos;
4) Buscar derrubar o voto de minerva na Funcef;
5) Manter o serviço de home office, ao grupo de risco, enquanto perdurar a pandemia;
6) Lutar para manter todos os direitos “nenhum direito a menos”;
7) Desenvolver campanha, com os empregados e empregadas, de conscientização contras as competições internas de vendas, estimuladas pelos gestores;
8) Intensificar, nas mesas de negociações, a política contra as metas abusivas;
9) Desenvolver campanha e debater nas mesas de negociações contra a abertura de agências aos sábados.
Também foi aprovada a delegação que vai representar a categoria do Pará ao 36º Conecef, nos dias 10 e 11 de julho, que também será virtual.
O Encontro Virtual Estadual da Caixa encerrou com voz e violão de Susi Monte Serrat, artista e educadora popular.
Fonte: Bancários PA