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22 de Julho de 2020 às 11:49

BB, respeite a vida: defendê-la, isso sim, é a preocupação primeira, não as metas!


A leitura do comunicado aos gestores, que veio a público na manhã desta terça-feira (21), reforçada com as denúncias trazidas ao Sindicato por diversos segmentos do funcionalismo, em especial dos escritórios digitais, atestam uma inadmissível e reprovável medida em curso que deverá ser combatida e contornada imediatamente.

Em suas linhas, o comunicado tenta argumentar que a medida tem por objetivo a equação da continuidade do atendimento bancário de excelência à população. No entanto, esquece-se de que quaisquer medidas a serem tomadas não podem se sobrepor à defesa da vida e segurança da saúde dos funcionários, trabalhadores e clientes do Banco do Brasil. “A proposição do Banco é alheia a estas condicionantes e tem preocupação apenas com os negócios, resultados econômicos e alinhamento político com as orientações genocidas do desgoverno Bolsonaro”, analisa a representante da Fetec/CN na Comissão de Empresa e dirigente do Sindicato, Marianna Coelho.

Primeiro, explicita uma enorme contradição ao fragilizar o compromisso de manutenção de “rigorosa atenção à saúde, tanto dos seus funcionários e colaboradores quanto dos clientes e da população”. O BB não apresenta argumentos técnico-científicos que possam amparar sua decisão, não pondera as diferenças existentes nas distintas e críticas situações de coabitação, não prevê monitoramento das rotinas desses colegas, nem considera os processos emocionais que esta lamentável decisão implica nos trabalhadores; em síntese, sequer prevê a testagem que poderia ser um parâmetro a amparar possíveis decisões.

Também desconsidera a situação dos diferentes estágios da pandemia do novo coronavírus nos estados e municípios e impõe para todo o país – sem qualquer racionalidade – idênticos movimentos de fim do isolamento social para os que coabitam com grupo de risco. O Banco do Brasil agindo assim joga por terra todos os esforços envidados até aqui e que têm significado proteção à saúde de milhares de colegas, bem como estatística zero de óbito em várias regiões do país entre os trabalhadores no banco. Despreza isso em razão do incondicional alinhamento com as diretrizes do desgoverno Bolsonaro, para quem a vida é nada – “Morreu, e daí?” – dispostas na Portaria Conjunta nº 20, de 18/06/2020, do Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho e Ministério da Saúde, que, entre vários absurdos, flexibiliza a atuação presencial a trabalhadores do grupo de risco.

“É uma brutal irresponsabilidade que a avaliação de incremento de força de trabalho presencial decorra da mera avaliação dos gestores das áreas negocial do Banco do Brasil. Esta situação, em hipótese alguma, poderá ser determinada pela questão negocial. Precisamos defender a vida! Isso sim é a preocupação primeira, não as metas. Como reiterado diversas vezes em mesa de negociação, a previsão do atendimento presencial deverá ser negociada com o movimento sindical, observando a interveniência da área médica e a imprescindibilidade do serviço presencial. Por isso, é um completo absurdo o comunicado do BB, ao desrespeitar essas premissas, negligenciar o adequado funcionamento de situações de trabalho remoto e assim colocar em risco a vida de todos,” protesta o presidente do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Kleytton Morais.

A realidade contida nos instrumentos da autodeclaração de coabitação revela situações de extrema criticidade e altíssima vulnerabilidade. Sem dúvidas que a implementação deste protocolo garantiu a qualidade da saúde e vida de milhares de colegas e familiares. Logo, a temerosidade da decisão que põe em xeque este protocolo é ainda mais grave se considerar as diferentes situações da coabitação, além da impossibilidade de retorno às atividades escolares das crianças. Há relatos de situações de colegas que coabitam com pais idosos e crônicos, com imunodeprimidos, que lutam contra o câncer, por exemplo, e que o isolamento social interrompido por esta medida irresponsável do Banco do Brasil poderá significar a diferença entre continuar a proteger-se para viver ou morrer. Isso é inadmissível!

Resposta do BB

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reúne com o banco nesta quarta-feira (22), às 14h30, para tratar do assunto.

*Atualização às 19h24

Da Redação


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