Para tentar esconder o prejuízo que quer impor aos bancários, os banqueiros apresentaram uma proposta de reajuste de 5,5%, ante uma inflação de quase 10%. Somado a isso, retornaram com a estratégia do famigerado abono, muito utilizada na década de 1990. E com isso descortinaram de vez a velha guerra entre capital e trabalho.
O abono foi e sempre será prejudicial aos trabalhadores. Não há duvidas que é melhor transformá-lo num percentual de aumento salarial do que recebê-lo.
Para não estender muito podemos usar apenas dois argumentos:
1) Sobre o abono incide o Imposto de Renda;
2) O abono não é agregado ao poder de compra/valorização salarial nem a curto, nem a médio prazo e seus efeitos são nefastos especialmente no longo prazo.
Tomando como exemplo a proposta apresentada pela Fenaban, o abono diluído em 12 vezes (1 ano) representaria R$ 208,00 por mês, cabendo ressaltar que esse valor não agrega reflexos para o 13° salário, férias, INSS, FGTS, PLR, e após 1 ano não existira mais. Assim, os bancos não contabilizam na folha seguinte.
Fazendo um exercício de comparação, por exemplo, com a reposição integral da inflação (9,5% aproximadamente), esses 4% a mais, em relação ao índice proposto pela Fenaban de 5,5%, representam:
1) R$ 120,00 de acréscimo no salário de quem recebe R$ 3.000,00, ou
2) R$ 200,00 para quem recebe R$ 5.000,00.
A grande diferença é que nesses casos são agregados, de fato, aos salários, incidindo em todas as verbas e direitos e acumulando com reajustes salariais futuros, impactando inclusive na aposentadoria.
À primeira vista, o abono pode até parecer bom, mas, na verdade, é mais um truque. Uma ilusão dos sugadores! Enquanto ficamos no aperto, eles não param de ganhar.
Fonte: SEEB/Brasília com informações do Sindicato dos Bancários de Petrópolis