Belém PA - Era para ser um debate a apresentação que o Banpará fez sobre o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) às entidades sindicais (Sindicato, Contraf-CUT, Fetec-CUT/CN e Afbepa) na manhã desta quinta-feira (1º), mas o banco acabou empurrando o assunto através de uma explicação breve, rápida e sem maiores detalhes.
Para surpresa maior dos dirigentes sindicais que são também bancários, o Banpará informou que o modelo de PCCS apresentado já estaria consolidado, pronto para ser implantado definitivamente, uma vez que já havia sido mostrado ao GT e outros trabalhadores no final do ano passado.
“Temos muitos questionamentos diante do que nos foi mostrado, como o índice de eficiência, a promoção por mérito, dentre outras metodologias. Um mês depois da assinatura do ACT o banco já consolida o PCCS sem qualquer anuência das entidades que estão aqui para representar e defender os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários, Rosalina Amorim.
O Sindicato solicitou ao banco uma cópia do documento usado na apresentação, bem como a instalação de uma mesa específica. “Se o banco quer realmente discutir o PCCS com as entidades sindicais que comece instaurando uma mesa permanente para tratarmos o assunto, para que de fato o trabalhador e a trabalhadora seja contemplado dentro do plano. Isso significa respeito, democracia e transparência”, defende Rosalina.
Em resposta, o Banpará pediu que todas as solicitações fossem feitas através de ofício.
Uma das representantes do funcionalismo no GT sobre o PCCS, bancária e dirigente sindical, Vera Paoloni, lembrou que no dia 22 de dezembro, todos os membros do grupo de trabalho foram chamados para uma reunião extraordinária. “Naquele dia houve a apresentação de um pressuposto geral do que poderia ser o PCCS, sem debate com as entidades sindicais. De lá para cá não houve nenhuma outra reunião para que pudéssemos aprofundar o assunto, onde todas as partes pudessem ser ouvidas. E hoje o banco, de forma unilateral, diz que o plano está consolidado? Um total desrespeito aos trabalhadores e trabalhadores, ao ACT e sem democracia”, afirma Vera.
Para o representante da Contraf-CUT, Adilson Barros, o Banpará quer trazer para um banco público a lógica de mercado. “Nessa breve explanação, o banco deixou claro que as vendas irão definir a carreira do bancário, prova disso foi o uso do termo meritocracia dentro da metodologia do plano, ou seja, o mérito pessoal do trabalhador é na verdade o quanto ele conseguiu vender em produtos do banco aos seus clientes; e isso não podemos admitir dentro de um banco público que enxerga seus empregados como números”, destaca.
CN2016 – Logo mais, às 15h, entidades e direção do banco voltam a se reunir para que o banco apresente a proposta geral das reivindicações específicas da Campanha Nacional.
Fonte: Bancários PA