Nesta quinta-feira, dia 6, bancários de todo o país, inclusive de Campo Grande, participaram de um Dia Nacional de Luta contra as mudanças anunciadas pelo Banco do Brasil no último dia 03. Entre outras alterações, as mudanças reduzem em até 15% o valor de referência (VR) das gratificações recebidas pelos funcionários, extingue cargos e cria outros.
Os funcionários aderiram à atividade e, vestidos de preto, mostraram sua indignação com a reestruturação que está sendo colocada em prática sem qualquer negociação prévia com a representação dos trabalhadores. Os diretores do SEEBCG-MS estiveram nas agências e dialogaram com os bancários sobre a situação.
Segundo o secretário geral do SEEBCG-MS e bancário do BB, Rubens Jorge Alencar, no dia em que o banco anunciou a reestruturação, os diretores do sindicato e bancários do BB participaram de uma videoconferência com a Gepes local e regional e com os representantes dos trabalhadores de Mato Grosso.
“O Banco do Brasil anunciou esta reestruturação sem qualquer negociação prévia com o movimento sindical. Por isso, nós participamos desta videoconferência para debater sobre os próximos passos a serem tomados. Entendemos que essa reestruturação não é somente na questão de readequar quadros, ela mexe na questão financeira dos trabalhadores”, afirma.
Entre as medidas anunciadas pelo BB, na última segunda-feira, dia 3 de fevereiro, estão: ampliação do programa de remuneração variável baseado em metas (PDG), reestruturação do plano de funções, redução na remuneração de cargos, alteração na avaliação via Gestão de Desempenho por Competências (GDP) e congelamento das carreiras. Também há redução em até 15% o valor de referência (VR) das gratificações recebidas pelos funcionários, extingue cargos e cria outros. Além disso, as mudanças ainda podem levar à redução da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) paga aos funcionários.
Para a secretária de Administração e Patrimônio do sindicato e bancária do BB, Luciana Rodrigues, a ação dessa quinta-feira foi um esquenta para a mobilização que está marcada para o próximo dia 12 e superou muito as expectativas do sindicato.
“Nós fizemos um grande movimento ontem, foi um esquenta que superou nossas expectativas. Em Campo Grande tivemos uma adesão muito legal dos funcionários do BB. Isso mostra o descontentamento dos trabalhadores com essa reestruturação e o alinhamento da base com as orientações do sindicato”, pontua Luciana.
A presidente do SEEBCG-MS e integrante do Comando Nacional dos Bancários, Neide Rodrigues, destaca a importância do fortalecimento dos sindicatos nesse momento.
“O Comando Nacional tem acompanhado de perto essa reestruturação, feito debates intransigentes na defesa dos bancos públicos. No dia 17 de fevereiro, os integrantes do Comando se reunirão para avaliar esses desdobramentos sobre a reestruturação. É preciso que os bancários acreditem nos sindicatos nesse momento tão delicado para o funcionalismo público num modo geral. É preciso que os trabalhadores bancários se filiem ao sindicato, pois nós não temos medido esforços para fazer a defesa dos trabalhadores”,comenta.
De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato e bancário do BB, Orlando de Almeida, as reestruturações do banco dos últimos anos extinguiram mais de 640 agências, além de uma grande redução do corpo funcional. De 120 mil trabalhadores, hoje está em torno de 80 mil.
“Nós percebemos que isso tudo que está acontecendo não é uma coisa isolada, nos causa muita estranheza que essa mesma reestruturação esteja colada a uma reestruturação na Caixa. Isso está relacionado com uma política que diz que não vai privatizar esses bancos públicos, mas os implodem por dentro. A gente vem acumulando um verdadeiro desmonte dos bancos públicos”, destaca.
Ainda segundo o diretor, o sindicato sempre esteve dialogando com a sociedade e bancários sobre os prejuízos das reestruturações e dos desmontes.
“O sindicato vem sempre fazendo audiências e dialogando com a sociedade sobre os malefícios do desmonte. No Banco do Brasil, a gente consegue perceber que isso vai penalizar os trabalhadores com a diminuição do quadro funcional, o aumento de metas abusivas e conseguinte o adoecimento desses bancários. O público também é diretamente impactado com a precarização do serviço e da perda do papel social que o banco público realiza em nossa sociedade”, finaliza.
Na próxima quarta-feira (12), os funcionários vão participar de mais um Dia Nacional de Luta contra as mudanças impostas pelo banco. Será distribuído nas agências um informativo explicando as perdas na remuneração mensal, na Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) e as mudanças na Gestão de Desempenho Profissional (GDP).