A manhã deste sábado (22), quando o Comando Nacional e a Fenaban voltaram a se reunir para debater a pauta de reivindicações da categoria, foi marcada por uma grande carreata dos bancários, que saíram pelas ruas da região central de Brasília em protesto contra a proposta dos bancos de reajuste zero, redução da PLR e perda de direitos.
O ato, organizado pelo Sindicato obedecendo as orientações das autoridade de saúde pelo distanciamento social, faz parte do calendário de mobilização definido pelo Comando e também teve como eixo a defesa dos bancos públicos e do patrimônio nacional, contando para isso com o reforço dos trabalhadores dos Correios – que estão em greve nacional desde o último dia 18 contra a retirada de direitos e contra a privatização da estatal.
“A Fenaban, num processo de intransigência e desrespeito à categoria bancária, tem colocado em mesa propostas que são um verdadeiro ataque aos trabalhadores”, denunciou o presidente do Sindicato, Kleytton Morais. “Por isso precisamos resistir e denunciar a irresponsabilidade dos banqueiros e a entrega do patrimônio público promovida por Bolsonaro e Guedes”, acrescentou o dirigente sindical.
Nesse ponto, o presidente do Sindicato foi enfático, fazendo duras críticas à política neoliberal do governo. Segundo ele, “os Correios, o Banco do Brasil e a Caixa são empresas fundamentais para se pensar o projeto de integração nacional e de país”.
“Foi muita acertada a construção desse ato unificado entre duas categoria tão importantes para a sociedade nesse momento de pandemia, que estão fazendo trabalho presencial, mas em contrapartida tem seus direitos ameaçados pelos patrões em plena data-base”, disparou Amanda Corcino, presidenta do Sintect-DF.
Amanda destacou a importância dos bancos públicos, ao lembrar que eles são os responsáveis pelo fomento da agricultura familiar e pelo “sistema de habitação”. “E nessa pandemia, vimos a importância da Caixa com o pagamento do auxílio emergencial, que tanto fomentou a economia”.
População é chamada à luta
A carreata teve início no Banco Central, local da concentração, de onde partiu em torno das 10h seguindo pela plataforma superior da Rodoviária em direção à L2 Norte, até chegar ao edifício Banco do Brasil da 201 Norte. Do alto de um carro de som e portando bandeiras trazendo palavras de ordem e denúncias, dirigentes bancários e ecetistas (funcionários dos Correios) chamaram a atenção da população numa das regiões mais movimentadas da capital para uma luta que é de todos os brasileiros. Atrás do veículo, os trabalhadores se manifestavam promovendo buzinaços.
O presidente da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, disse que “estamos aqui demonstrando a nossa força e solidariedade da classe trabalhadora, defendo o serviço público e as empresas públicas, mas, principalmente os direitos dos trabalhadores conquistas em anos de luta”. Para ele, “Correios e bancos públicos são fundamentais para a soberania nacional
“Defender as reivindicações dos bancários e dos trabalhadores dos Correios, assim como as demais estatais, é defender uma sociedade melhor, onde todos tenham acesso aos serviços públicos”, afirmou a secretária-geral do Sindicato, Fabiana Uehara, que também é coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa). “Porque o que é público é para todos”.
A atividade terminou por volta das 13h, depois de os trabalhadores fazerem o percurso de volta pela plataforma inferior da Rodoviária até o Banco Central.
Os bancários reivindicam aumento real de salário, da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) e demais direitos econômicos, como o vale-alimentação. Também querem condições dignas de trabalho, tanto nas agências quanto nos departamentos e a regulamentação do home office (teletrabalho), além da manutenção dos diretos já definidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e nos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs).
Renato Alves
Do Seeb Brasília