Brasília - “Nós, bancárias e bancários de todo o país, queremos 16%... Também queremos mais saúde e mais segurança”, discursou a diretora do Sindicato Teresa Cristina em nome de dezenas de trabalhadores que cruzaram os braços em frente ao edifício sede do Banco do Brasil em Brasília, no Setor de Autarquia Norte (SAN), nesta quarta-feira (21).
Funcionária do banco em diversos cargos, inclusive assessora empresarial no BB Seguridade, Teresa disse que foi uma grata surpresa saber da adesão espontânea de diversos assessores da direção-geral, principalmente, do pessoal da Diretoria de Tecnologia (Ditec). “Parabenizo, diariamente, esta turma que está, de forma surpreendente, aderindo voluntariamente à paralisação. Sabemos que muitos querem o término da greve, mas também esperam por melhorias. A situação não pode ficar como está.”
Para o diretor do Sindicato Jeferson Meira, a greve é uma construção diária. Ele lembra que a paralisação foi iniciada por decisão de uma assembleia dos bancários e que é necessária para movimentar a mesa de negociação. Em discurso no ato desta quarta, Jefferson assegurou que “o movimento é pacífico e tem que ser feito para que os bancos entendam que os bancários têm lado certo: o dos trabalhadores”.
“A exemplo do que ocorreu ontem em São Paulo, quando rejeitamos a proposta da Fenaban, precisamos ter firmeza nas negociações. Se não for assim, acabaremos perdendo até itens da nossa Convenção Coletiva de Trabalho, que são essenciais para nossas vidas, entres eles: segurança, saúde, manutenção da Previ e da Cassi. Temos que ficar atentos”.
Proposta rejeitada
Para os grevistas, foi ridícula a nova proposta apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) após semanas em silêncio.
Em nova negociação, ocorrida nesta quarta-feira (22), a Fenaban voltou a provocar a categoria, ao oferecer reajuste de 8,75%, abaixo da inflação acumulada na data-base da categoria, querendo impor perdas aos trabalhadores. De pronto ao rejeitar o índice de 8,75%, apresentado na mesa de negociação, o Comando Nacional dos Bancários ratificou que não discutirá nada que represente perdas para os trabalhadores.
Após intensas discussões, confirmando que é preciso resolver o impasse na mesa de negociação, outra rodada de negociação acontecerá nesta quinta-feira (22), às 14h, em São Paulo, quando a greve completa 17 dias.
“Os trabalhadores bancários estão em greve por conta dos banqueiros SUGADORES. Mas a unidade da categoria e sentimento de classe são as armas que temos para vencer essa batalha”, destacou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que participa das negociações como integrante do Comando Nacional.
BB, Caixa e BRB
Após a forte greve nacional, que já dura 16 dias, a direção do BRB chamou o Sindicato para nova rodada de negociação nesta quinta-feira (22), a partir das 15h.
Já os representantes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal aguardam o término das negociações com a Fenaban para agendar as reuniões específicas com os dirigentes sindicais.
Rosane Alves
Do Seeb Brasília