Vestidos de preto, bancários do Banco do Brasil na capital federal se uniram ao funcionalismo em todo o país nesta quinta-feira (6) na mobilização nacional convocada pelos sindicatos contra a reestruturação imposta pela direção do banco, que impõe redução da remuneração nos cargos e congela carreiras, além de institucionalizar o desvio de função.

“A grande participação dos bancários nas reuniões nos locais de trabalho promovidas pelo Sindicato nesta quinta-feira é uma clara demonstração da indignação que esse plano está causando entre todos os bancários do BB”, constata o presidente do Sindicato, Kleytton Morais. “Essas reuniões de mobilização da base foram apenas o esquenta para a quarta-feira 12, quando realizaremos um grande Dia Nacional de Luta contra essa reestruturação, num movimento muito maior e contra a privatização do BB”, adianta.

Para se ter uma ideia do estrago do novo programa do BB, o Performa, as mudanças reduzem em até 15% o valor de referência (VR) das gratificações recebidas pelos funcionários.

Engodo

O banco alega que as mudanças potencializarão os ganhos dos funcionários, com foco no reconhecimento a partir de seus desempenhos.

“Se fosse verdade que todos os funcionários sairiam ganhando, seria a primeira vez na história que uma empresa que quer reduzir custos com o pessoal buscaria promover tal redução aumentando a remuneração de seus funcionários”, ironizou João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).

Perdas na PLR

Para o coordenador da CEBB, as mudanças também podem levar à redução da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) paga aos funcionários, uma vez que é paga com base no VR da gratificação recebida pelos funcionários.

Resposta dos empregados

Além de mostrarem sua indignação vestindo roupas pretas, os funcionários protestaram nas redes sociais com fotos das manifestações e a hashtag #deformaBB, em alusão o nome do projeto de mudanças, chamado pelo banco de “Performa”.

Inclusive, muitos funcionários também mudaram suas imagens no “Humanograma” do banco, que é a ficha cadastral onde constam todas as informações da carreira interna. Ao invés da foto, colocaram uma imagem preta.

Dia 12 será ainda maior

Na próxima quarta-feira, os funcionários repetirão a dose. Realizarão mais um Dia Nacional de Luta contra as mudanças impostas pelo banco. Para seguir com o trabalho de esclarecimento, será distribuído material específico aos funcionários nas atividades, explicando as perdas na remuneração mensal, na Participação nos Lucros ou PLR e as mudanças na Gestão de Desempenho Profissional (GDP).