Belém PA - O desejo e o direito uniram, mais uma vez, bancários e concursados da Caixa na manhã desta terça-feira (27), 22º dia de greve do funcionalismo do banco no Pará. Juntos, eles esticaram uma enorme faixa que expressava a mesma vontade: a contratação de mais bancários e bancárias no Estado.
“Esse pedido faz parte de uma das nossas demandas que constam na pauta de reivindicações específicas do funcionalismo da Caixa. Aqui no Pará esse problema é ainda mais forte, uma vez que temos poucas agências, poucos bancários e muitos correntistas. Com mais contratações todos saem ganhando, bancários, clientes, usuários e inclusive o próprio banco. Foi por não nos sentirmos contemplados em vários itens, entre eles, a contratação, que decidimos pela manutenção na greve no Estado”, destaca a diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Tatiana Oliveira.
A administradora Pamela Costa que passou na 84ª posição no último concurso da Caixa para o pólo Belém espera há mais de um ano a convocação e foi até a superintendência da Caixa em Belém fazer coro junto com o movimento paredista.
“A greve é importante porque ‘a gente’ está lutando pela categoria. Sabemos que há um grande déficit de bancários aqui no Pará e nós, concursados, estamos aptos a assumir. É um desejo dos bancários e um direito nosso (mais contratações)”, defende a administradora.
Segundo o grupo de concursados até agora o banco chamou apenas 26 aprovados em todo o Estado. Enquanto ela e outras centenas de concursados aguardam a convocação, a Caixa não só parou de chamar os aprovados em concurso público, como também reduziu o quadro, por conta do Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA).
“No Pará e Amapá o déficit é de pelo menos 45 empregados por conta do PAA. Em novembro está marcada a primeira audiência da ação ingressada pelo Sindicato pedindo mais contratação, já que o banco não cumpriu o Acordo Coletivo do ano passado, em que se comprometeu a contratar mais 2 mil empregados. Com a recusa não nos restou alternativa a não ser procurar a justiça pelo descumprimento. Parabéns a todos aqui presentes e os que permanecem em greve e não puderam comparecer a esse ato. Deixamos o nosso recado ao banco literalmente”, ressalta o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Heider Costa.
Eles podem dar – O auxiliar de atendimento da agência Senador Lemos, Vanderson Conceição, esperou um ano até ser convocado e desde que entrou na Caixa greva todos os anos. “Nada vem de graça, muito menos ganho real, por isso a importância de fazer greve, além de estarmos exercendo nosso direito. A inflação está aí e por isso precisamos de melhores salários, pois estamos em uma das capitais que tem a cesta básica mais cara”, afirma o bancário.
Além do Pará, outros 14 estados permanecem em greve na Caixa. Para Vanderson, a proposta oferecida pelo banco poderia ter sido melhor e vir logo na primeira semana da greve se mais bancários tivessem aderido. “O colega que não grevou fez falta para o movimento”, avalia.
BB – Assim como o funcionalismo da Caixa, o do Banco do Brasil também rejeitou a proposta do banco em assembleia na noite de ontem (26), na sede do Sindicato em Belém.
Bancários e bancárias do BB se concentraram em frente à superintendência do banco em Belém nesse 27º de greve do funcionalismo.
Além do Pará, a greve segue nos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Santa Catarina.
Assembleia às 17h – O Sindicato convoca todo funcionalismo do BB e da Caixa para assembleia logo mais, às 17 horas, na sede da entidade sindical em Belém (Rua 28 de setembro, 1210 – Reduto, entre Doca e Quintino).
Fonte: Bancários PA