Porto Velho RO - Os bancários de Rondônia acabam de decidir por unanimidade, em assembleia geral realizada na sede do sindicato da categoria, em Porto Velho, aderir à greve nacional por tempo indeterminado, a partir da próxima terça-feira, dia 6.
A decisão confirma a insatisfação e a revolta dos trabalhadores com a proposta considerada indecente e provocativa da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que no dia 25 de setembro, em São Paulo, na quarta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários (formado pela Contraf-CUT, Federações e Sindicatos), ofereceu 5,5% de reajuste salarial (e demais verbas), bem abaixo dos 16% reivindicações pela categoria e que sequer se aproxima da inflação do período (9,88% INPC), além de PLR no mesmo formato do ano passado e um abono no valor de R$ 2.500,00, não incorporado aos salários.
As negociações entre os representantes dos empregados e os representantes dos bancos tiveram início na primeira quinzena de agosto, quando a pauta foi entregue, mas de lá para cá os bancários ouviram uma sucessão de ‘nãos’ dos patrões. Nada de concreto foi apresentado em relação às reivindicações sobre garantia de emprego, contratação de mais empregados, fim do assédio moral e das metas abusivas, mais saúde e melhores condições de trabalho e mais segurança. Pelo contrário: mais de um mês depois de iniciada a Campanha Nacional, o que os representantes dos bancos ofereceram representa uma perda de 4% não somente nos salários.
Somente os cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander) tiveram mais de R$ 36 bilhões de lucro nos seis primeiros meses de 2015, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Setores que estão em crise, com retração de produção e vendas, fizeram propostas melhores aos seus empregados.
“Essa é a resposta que vamos dar aos bancos, que novamente visam apenas os lucros em detrimento às pessoas. Os bancos, mesmo conseguindo lucros gigantescos e sucessivos, não valorizam seus empregados e, com essa postura de intransigência de negar tudo que reivindicamos, acabam empurrando a categoria para mais uma greve e, consequentemente, geram transtornos para toda a população, que sofre com os bancos fechados e sem atendimento. Ou seja, a culpa dos trabalhadores irem à greve é toda dos bancos”, disse José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
* Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
* PLR: 3 salários mais R$7.246,82.
* Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
* Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
* Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
* Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
* Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
* Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: SEEB/Rondônia