Brasília - Reforçar a unidade e a resistência. Esta foi, em suma, a resolução da plenária sindical contra as privatizações de Bolsonaro, realizada no Sindicato, na manhã desta quinta-feira (5). O encontro, que contou com a participação de dirigentes sindicais de diversas categorias profissionais, traçou um plano de lutas unificado para barrar as investidas privatistas impostas pelo que o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, chamou de “antiplano de governo” de Bolsonaro.
Bancários e bancárias do DF e de outros estados se organizam junto aos demais trabalhadores para lutar contra o ataque de Bolsonaro às empresas estatais. Os representantes dos trabalhadores destacaram que o objetivo do governo federal é sucatear o patrimônio público do povo brasileiro para entregar ao capital estrangeiro, o que afetará diretamente a vida da população.
“Estamos diante de um debate que tem materialidade com a população brasileira. Discutir as privatizações é chegar na vida das pessoas, visto que as empresas públicas permeiam o cotidiano de todos nós. As consequências deste antiprojeto de governo, que desnuda a sociedade brasileira, são gravíssimas e, enquanto categoria, os impactos para os bancários são diretos”, pontuou Kleytton, que é bancário do BB.
O presidente do Sindicato, que abriu a plenária, afirmou ainda que a categoria bancária de Brasília “assume o compromisso de estar junto na luta, com muita determinação para barrar estes ataques”.
O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, também participou da atividade e destacou a importância do diálogo com a sociedade. “Nosso papel é dissecar para todos o que é soberania nacional, já que o que o desgoverno do Bolsonaro fala não tem nada a ver com soberania. É o governo mais entreguista da história da República, já que faz o jogo de acordo com o interesse internacional”, frisou Vagner. “Soberania é o Brasil concorrer democraticamente com outras nações, é gerar emprego dentro do nosso país e não o Brasil gerar empregos fora com a entrega do nosso patrimônio”, finalizou o dirigente sindical, que é bancário do Bradesco.
Gleisi Hoffmann, deputada federal, esteve na mesa de abertura da plenária. A parlamentar analisou o cenário nacional e internacional como “perversão do capitalismo, que não tem parâmetros ou limites, onde não há justiça social”. Segundo a deputada petista, o Brasil nunca esteve tão alinhado aos Estados Unidos como agora, nem no período da ditadura militar.
Hoffmann informou ainda que a oposição ao governo possui um plano emergencial de emprego e renda e uma proposta de reforma tributária solidária, tentativas de geração de emprego e distribuição de renda para que, mesmo com a vigência da nefasta PEC 95, que cortou investimento público em políticas sociais essenciais por 20 anos.
Bancários na luta
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira representou os bancários na explanação sobre o cenário específico por categoria. A bancária destacou que, “nos bancos públicos, a privatização vem disfarçada, pois começa com o sucateamento, o desmonte do papel dos bancos, mudando o foco de atuação dessas instituições. Além do fechamento de agências, redução do quadro de funcionários, o governo avança sobre áreas estratégicas e lucrativas dos bancos para enfraquecê-los”.
Juvandia reforçou que, em 950 municípios brasileiros, só os bancos públicos estão presentes, já que não há interesse dos bancos privados. “A inclusão bancária depende muito das instituições públicas, sejam nacionais ou regionais”, concluiu.
Em 4 de outubro, os bancários e bancárias realizarão o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Bancos Públicos.
Joanna Alves
Do Seeb Brasília