O Dia Nacional de Luta em Defesa dos Bancos Públicos e dos Direitos, convocado pelo Comando Nacional dos Bancários para esta terça-feira (10) nos bancos federais, envolveu funcionários do Banco do Brasil em atos convocados pelo Sindicato para os Edifícios Sede 7, às 10h30, e Sede 3, às 12h30.  

As manifestações revelaram crescente interesse dos bancários e bancárias pelas discussões acerca dos processos de reestruturação e de privatização tocados pela direção do banco em sintonia com as diretrizes traçadas pelo Ministério da Economia, sob o comanda do ultraliberal Paulo Guedes, cujo histórico é de homem do sistema financeiro, seja como dono de banco, seja como consultor ou ideólogo.

O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, convocou os trabalhadores para a construção da “unidade no pensar sobre os desafios que estão colocados e no agir em defesa do BB como instituição pública a serviço da sociedade e em proteção aos direitos dos funcionários”. Ele lembrou que as duas coisas – defesa do banco e defesa dos direitos – andam juntas, mas enfatizou a necessidade de urgente e forte combate à privatização do banco, que “já está acontecendo em marcha rápida, a passos largos, com a venda de ativos e o desmantelamento de estruturas que dão sustentação à instituição pública”.

Kleytton destacou também o fato de que a reestruturação extingue e cria cargos, altera o plano de carreira e impacta negativamente a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Além disso, segundo ele, “o modelo pretendido pela direção do banco acaba com os laços de solidariedade entre os funcionários ao dar vazão à competição predatória, sob o disfarce de avaliação de desempenho”.

O ato no Edifício Sede 7 contou com participação expressiva de bancários e bancárias, levando o diretor da Fetec-CUT/CN Wadson Boaventura a manifestar confiança no engajamento cada vez mais significativo dos trabalhadores nas ações de combate à reestruturação e à privatização, assim como nas mobilizações da campanha salarial deste ano. “Esse ato nos deixa confiantes, inclusive, na deflagração de uma greve, caso se faça necessária”, ressaltou.

No Sede 3, onde está o pessoal da área de Tecnologia, a discussão despertou igualmente o interesse dos bancários e bancárias, muitos saindo para almoçar e outros chegando para o trabalho. Além das discussões acerca de reestruturação e privatização, foram abordadas também nos atos a MP 905, que estava na pauta de votação nesta terça, em comissão mista do Congresso, e que, entre outras coisas, institui o trabalho nos bancos aos finais de semana, acaba com a jornada de 6h para os bancários e exime os patrões de negociarem PLR com os sindicatos.

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, participou das manifestações desta terça nos bancos e fortaleceu a convocação dos bancários e bancárias para o Dia Nacional de Luta em Defesa das Empresas e dos Serviços Públicos, em 18 de março, quarta-feira da próxima semana.

Evando Peixoto
Do Seeb Brasília