O Sindicato promoveu nesta quinta-feira (13) ato em defesa da Caixa e contra a reestruturação que está sendo imposta pela empresa. O protesto realizado em frente ao Matriz 3 marcou o Dia Nacional de Luta dos empregados e foi precedido de atividades nos locais de trabalho.
As representações dos trabalhadores denunciam a reestruturação que extingue unidades e funções, causando inquietação e temor entre os bancários. “A Caixa iniciou o processo sem maiores esclarecimentos aos empregados e sem levar o assunto à mesa de negociação permanente com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa). E agora dá demonstração de que não pretende discutir nossas reivindicações e nossas propostas, ao ponto de interromper o diálogo, como fez nessa quarta-feira (12), depois de 11 horas de discussão”, denuncia Fabiana Uehara, secretária-geral do Sindicato e representante da Contraf-CUT na CEE, referindo-se à reunião entre trabalhadores e empresa realizada ontem.
A luta dos trabalhadores conseguiu colocar uma trava provisória na reestruturação, dando fôlego à mobilização. Por força de uma liminar obtida pela Contraf-CUT, o processo foi suspenso e o prazo para os empregados manifestarem interesse por mudança de função e lotação, que se esgotaria na quarta, dia 12, foi estendido por, no mínimo, 15 dias. Por pressão da CEE/Caixa, o portal UmasóCaixa foi retirado do ar.
Fabiana lembra que a contraproposta feita pela CEE na mesa de negociação busca resguardar os direitos da totalidade dos empregados, face ao modelo de reestruturação claramente excludente apresentado pela empresa. “Seremos sempre intransigentes na defesa de todos os bancários e bancárias, não deixamos ninguém pra trás”, diz ela.
Em paralelo à reestruturação, a Caixa vem colocando à venda os seus ativos mais lucrativos, numa clara demonstração de que pretende tirar o oxigênio da empresa e retirá-la da disputa de mercado. “Ao mesmo tempo que vendem as partes mais lucrativas, para forçar a empresa pública a deixar de atuar no mercado, abrindo espaço para a iniciativa privada, estão fazendo essa reestruturação para acabar com várias estruturas e com o papel social da Caixa”, diz Sérgio Takemoto, vice-presidente da Fenae e secretário de Finanças da Contraf-CUT.
Também para a diretora do Sindicato Leny Valadão, empregada lotada no Matriz 3 da Caixa, “a reestruturação vem para tornar a empresa interessante para ser vendida” e, a seu ver, “a direção da Caixa precisa dar muitas explicações para nós, empregados, e para a sociedade brasileira”.
O diretor do Sindicato Antonio Abdan, que participa das negociações com a Caixa como representante da Fetec-CUT/CN, alerta para o fato de que, neste ano, será feita e renovação do acordo coletivo, que tem servido de escudo aos ataques do governo e das direções dos bancos aos direitos dos bancários, com “prenúncio de uma campanha das mais difíceis”. Ele entende que a postura da Caixa na negociação acerca da reestruturação mostra que a batalha já começou. “Essa remodelagem não pode ser ao critério da empresa, em prejuízo dos direitos dos trabalhadores e da instituição. Temos que lutar agora e exigir condições mais transparentes e mais tempo para as manifestações dos empregados”, enfatizou.
Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília