Brasília - Entidades representativas dos empregados da Caixa promoveram no final da manhã desta terça-feira (15), em frente ao Edifício Matriz 3, em Brasília, ato de pré-lançamento da campanha #ACaixaétodasua, que será deflagrada no próximo domingo (20), contra a privatização da empresa.
Representantes dos bancários denunciaram o processo de privatização já em curso com o fatiamento e a venda de áreas lucrativas da empresa, assim como a ameaça de retirada da gestão do FGTS da Caixa e de desmonte dos programas habitacionais. O protesto contou com as presenças da deputada federal e empregada da Caixa Erika Kokay (PT), da represente dos funcionários no Conselho de Administração do Banco do Brasil, Débora Fonseca, e de ativistas de movimento de moradia do DF.
O presidente do Sindicato, Kleytton Morais
O Comitê Nacional em Defesa da Caixa, composto por entidades associativas e sindicais, fará com que a campanha #ACaixaétodasua ganhe a mídia e as ruas a partir da próxima semana, como foco nos prejuízos que a privatização de setores lucrativos da empresa poderá trazer para a sociedade. “Vender as áreas da Caixa que dão mais lucro é jogar dinheiro fora. O seu dinheiro”, diz uma das peças de divulgação.
Para o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, “destruir a Caixa como banco público, como pretende o atual governo, é acabar também com a possibilidade de transformação inclusiva por meio de políticas sociais, em especial das que viabilizam programas habitacionais para pessoas de baixa renda e financiamento da casa própria aos trabalhadores”.
Antonio Abdan, diretor do Sindicato
A deputada Erika Kokay disse que fazer a defesa da Caixa implica lutar para que a empresa continue existindo com toda a sua força. “Precisamos impedir que continuem arrancando pedaços da Caixa e também que desvirtuem as funções precípuas do FGTS para tirar os recursos da empresa pública e entregar à especulação privada”, enfatizou a parlamentar.
Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae, conclamou os empregados e empregadas da Caixa ao engajamento na campanha #ACaixaétodasua, em respaldo às ações das suas entidades representativas, a exemplo do que sempre fizeram em momentos de ameaça ao futuro da empresa como instituição 100% pública. “Foi com luta de resistência que impedimos o avanço do processo de privatização da Caixa nos anos 1990 e, mais recentemente, a abertura de capital pretendida pelo governo Temer”, frisou o dirigente da Federação.
Jair Pedro, presidente da Fenae; Kleytton Morais, presidente do Sindicato; Débora Fonseca, representante dos funcionários do BB no Conselho de Administração; e Fabiana Uehara, secretária-geral do Sindicato
O vice-presidente da Fenae e secretário de Finanças da Contraf-CUT, Sérgio Takemoto, considera importante observar não só o risco maior para o futuro da Caixa, mas o que está acontecendo agora com a empresa e a população. Ele lembra que a destruição da Caixa já está acontecendo e dá como exemplo o fato de que, até 2015, a Caixa destinava R$ 11 bilhões por ano ao Minha Casa, Minha Vida e que, para o ano que vêm, estão previstos apenas R$ 2,4 bilhões, o que pode significar o fim do sonho da casa própria para milhões de brasileiros.
Outro dado apontado por Takemoto é o da queda no número de estudantes atendidos pelo Fies, de 350 mil em 2015 para menos de 100 mil atualmente.
“O que a gente constata é que esse ataque à Caixa é um ataque a quem mais precisa do Estado brasileiro, a quem mais precisa de políticas públicas. É urgente mobilizar os bancários da Caixa e a população para impedir que esse ataque continue”, reforçou o dirigente da Fenae e da Contraf-CUT.
Comitê Nacional
Integram o Comitê Nacional em Defesa da Caixa:
– Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae);
– Federação Nacional dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag);
– Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (Fenacef);
– Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef);
– Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (Aneac);
– Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (AudiCaixa);
– Associação Nacional dos Técnicos Sociais e Assistentes de Projetos Sociais da Caixa Econômica Federal (Social Caixa);
– Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf);
– Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec);
– Centrais sindicais (CUT, CTB, Intersindical, CSP/Conlutas e UGT);
– Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU).
Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília