O Sindicato promoveu na manhã desta segunda-feira (13) ato público no Matriz I da Caixa para marcar os 159 anos da empresa, completados no domingo, dia 12 de janeiro, e denunciar o desmonte e a privatização do banco público. A mobilização ocorreu de 10h às 14h.
Réplica do bolo de aniversário apresentou partes já subtraídas, em alusão ao fatiamento da empresa com a venda de suas áreas lucrativas, caso da Lotex, já entregue a preço de banana à iniciativa privada, lembrando também que Cartões, Seguros, FGTS e outras encontram-se ameaçadas.
Foram oferecidos bolos aos bancários e bancárias. E houve também a distribuição de material de divulgação da campanha A CAIXA É TODA SUA, incluindo camisetas, bonés e panfletos.
Os manifestantes ainda acompanharam uma apresentação do Orquestra de Senhoritas, grupo instrumental brasiliense com larga experiência na música erudita e popular.
Autoritarismo
A direção da Caixa expôs sua face antidemocrática ao impedir que dirigentes e funcionários do Sindicato percorressem os locais de trabalho para falar da campanha em defesa da empresa e convocar os trabalhadores para o ato. Apenas dirigentes sindicais que são funcionários da Caixa foram autorizados a entrar no Matriz I. O cerceamento autoritário foi fortemente denunciado como prática antissindical, que representa retrocesso nas relações de trabalho e desrespeito ao próprio acordo coletivo em vigor.
“Não é tentando impedir o Sindicato de dialogar com os bancários e bancárias que vão conseguir refrear a nossa luta contra o desmonte da empresa e a destruição de nossos direitos. Nossa capacidade de mobilização não será afetada e vamos seguir com nossa atuação nos locais de trabalho”, assegurou o diretor do Sindicato, Antônio Abdan.
Para o presidente da Fenae, Jair Pedro, “defender a Caixa do fatiamento e da privatização é defender também o emprego e os direitos dos bancários e bancárias, assim como as políticas sociais que amenizam os problemas enfrentados pelos mais pobres”.
A confiança na mobilização dos empregados foi destacada pela a secretária-geral do Sindicato, Fabiana Uehara. “Se a Caixa é essa empresa que temos hoje, 100% pública, com atuação social e comercial, é graças a nós que a construímos e a defendemos em todos os momentos. Temos um histórico de vitórias nas nossas lutas”, enfatizou.
Antônio Abdan reforçou a importância da Caixa para a sociedade. “A Caixa é indispensável ao nosso país, pelo menos enquanto existirem imensas desigualdades sociais e regionais, entre classes e entre estados e municípios”.
A secretária de Bancos Públicos da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Elis Regina, salientou a importância da participação de cada bancário e bancária nas mobilizações em defesa da empresa. “A disposição para a luta é que fará a diferença. Precisamos estar presentes, porque as ameaças são reais e precisam ser enfrentadas de forma mais efetiva”.
Para Vanessa Sobreira, secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, a campanha A CAIXA É TODA SUA dá a dimensão do desafio que os bancários e suas representações têm pela frente: “A Caixa toda nossa não é a Caixa sem o FGTS, não é a Caixa sem as áreas de cartões e de seguros, é a Caixa inteira, pública, à serviço da sociedade”.
A representante dos aposentados na direção do Sindicato, Marlene Rodrigues, se dirigiu à direção da Caixa para cobrar respeito à história de 159 anos de existência da empresa. “Tratem essa instituição com o mesmo carinho que o povo brasileiro tem por ela e também a seus empregados da ativa e aposentados com a dignidade que merecem”.
Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília