Porto Velho RO - Após a segunda rodada de negociação, o presidente do Sindicato José Pinheiro entrou em contato, por telefone, com Donizete José (que acumula os cargos de presidente do sistema Credisis e da CrediAri), solicitando que levasse à reunião do Conselho de Administração do Credisis, a importância de melhorar a proposta do ACT dos seus empregados.
A resposta veio em forma de ofício, no dia 26 de agosto, em que o sistema não recuaria na proposta de reajuste salarial e demais cláusulas econômicas com apenas a reposição da inflação do período (4,78% - INPC) e a confirmação do desejo de retirar a cláusula do 13º tíquete alimentação.
Mediante mais essa negativa, o Sindicato apresentou a proposta patronal aos empregados em assembleia geral realizada no dia 6 de setembro, em Ji-Paraná, onde os trabalhadores a rejeitaram por ampla maioria. Os funcionários não admitem que os patrões não reconheçam o seu esforço e dedicação, e também não aceitam que o sistema ainda queira excluir a cláusula que garante o 13º tíquete alimentação, uma vitória da categoria obtida com muita luta desde 2013.
Mesmo com a decisão dos trabalhadores em optar pelo dissídio, o presidente José Pinheiro ainda entrou em contato com o vice-presidente da Central-Credi, Otelo Castellani, requerendo, mais uma vez, que ele pautasse a reivindicação dos trabalhadores para que, assim, pudesse evitar o ajuizamento do dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. Otelo disse que, naquele mesmo dia, haveria nova reunião do Conselho de Administração, e que o assunto estava pautado.
Na última terça-feira, 24 de setembro, Otelo, via WhatsApp, informou que o Consad havia chegado à decisão de reajustar os índices econômicos em 5%. No entanto, não abre mão da proposta de excluir a cláusula do 13º tíquete alimentação.
Vale ressaltar que a Sicoob Fronteira, que até o ano passado fazia parte do sistema Credisis (Credi-Cacoal), fechou ACT 2019/2021 com reajuste de 5% nos salários e tíquetes, mais a inclusão das cláusulas de auxílio-creche – no valor de R$ 235 – e do plano de saúde 100%, e 30% para cada dependente legal, sem qualquer retirada de direitos. A proposta foi aprovada por unanimidade pelos funcionários do Sicoob Fronteiras no dia 20 de agosto.
Após confirmar que o sistema continua irredutível em sua postura de retirar direitos dos trabalhadores, o Sindicato não viu outra opção senão solicitar uma mediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) com os responsáveis pelo Credisis, numa tentativa final de evitar o ajuizamento do dissídio coletivo junto à Justiça do Trabalho.
A SRTE já enviou resposta, por e-mail, para o SEEB-RO e para o Credisis, confirmando que a reunião de mediação acontecerá no dia 1º de outubro, às 14 horas, em Porto Velho.
“O Sindicato continua aberto ao diálogo, pois entende que o Acordo Coletivo deve ser fechado em mesa de negociação, sem precisar ir ao desgastante dissídio coletivo”, ressalta José Pinheiro, presidente do SEEB-RO.
O Sistema Credisis em Rondônia é formado pelas seguintes cooperativas de crédito: Eucredi; Crediari, Credibrás, Rolim Credi, Jicred, Credi Espigão e CentralCredi.