Mais de 10 horas de ameaças e sequestro. Foi da pior forma possível que a terça-feira (10) começou para um bancário do Banpará, em Abaetetuba, e a família dele, que tiveram a casa invadida por criminosos logo nas primeiras horas do dia.
A ação foi frustrada, já que as chaves da tesouraria ficam com uma empresa terceirizada, mas a informação não fez com que os bandidos desistissem do assalto em curto prazo, foram horas de angústia e apreensão em busca da esposa e dos três filhos do bancário que foram levados como reféns por parte do bando.
“Foi só por volta do meio dia que a família do colega foi localizada, felizmente sem ferimentos, mas o trauma sequer foi superado há quatro anos quando foram vítimas da mesma modalidade conhecida como sapatinho, crime de extorsão mediante sequestro. Foi de partir o coração o reencontro da família. Um dos filhos, ainda criança, estava visivelmente abalado, e todos necessitando de atendimento médico e psicológico”, conta a diretora do Sindicato e bancária do banco, Vera Paoloni, que foi até o município acompanhar o caso de perto junto com a presidenta da Afbepa, Kátia Furtado.
O Banpará disponibilizou a equipe de segurança da empresa e assistente social, porém a família precisava de mais, de atendimento médico e psicológico, mas na cidade não existe um profissional credenciado pelo plano do banco. A sensibilidade da assistente social a fez pedir autorização do banco para pagar o atendimento na rede privada.
O bancário foi atendido nessa quarta-feira (11) pelo médico do trabalho do banco e foi afastado das suas funções no banco, para tratamento, sem prejuízo dos vencimentos, promoções.
“Essa alternativa não deveria sequer precisar de autorização prévia, já deveria ser o plano B em caso de falta de profissional credenciado, o que infelizmente é a realidade em muitas cidades do interior do Pará. Nos colocamos a total disposição das vítimas para emissão de CAT e o que mais eles precisarem. Em casos de sapatinho, importante que a equipe do banco seja acrescida de médico do trabalho. O patrimônio financeiro do banco está sempre muito bem protegido e o bancário, que é alvo prioritário de assaltantes, também precisa de proteção, acolhimento e cuidado.”, destaca a dirigente sindical.
A agência permaneceu fechada durante todo o dia de ontem para atendimento ao público. Nenhum suspeito foi preso.
Com esse sobe para 38 o total de ataques a bancos nesse ano, 26 consumados e 12 tentativas.
Fonte: Bancários PA