A Conferência Nacional dos Bancários que este ano, devido à pandemia da covid-19, é por videoconferência e reúne bancários e bancárias de todo o país, começou ontem, sexta-feira (17) e continua durante todo este sábado (18). Em sua abertura, na noite de ontem, contou com a participação de representantes de sindicatos e federações e também de diversas lideranças políticas nacionais, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Maranhão, Flávio Dino, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MST) Guilherme Boulos.
Em seu discurso, Lula desejou boa sorte aos bancários na Campanha Nacional 2020. “Companheiros bancários, eu acho que outra vez vocês têm um papel importante na história. Eu não conheço nada de importante que aconteceu de muitos anos para cá que não tenha alguma categoria de trabalhadores envolvida. Eu acho que outra vez vocês vão ter que misturar a luta política com a luta reivindicativa. Porque não é possível a gente consertar o Brasil, se a gente não consertar a política. Enquanto eu puder, estarei junto com vocês nessa briga”, afirmou o ex-presidente.
Em seu breve discurso, o presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), José Pinheiro, foi bastante enfático na avaliação do cenário adverso que se impõe atualmente para a categoria, que este ano enfrenta um inédito problema de saúde pública mundial ao mesmo tempo em que se depara com um governo federal totalmente alinhado aos interesses dos ricos e poderosos e que despreza as necessidades da classe trabalhadora.
“Se não bastasse um vírus que ceifa a vida de milhares de pessoas, ainda convivemos com um desgoverno total em nosso país. Um governo que não tem propostas para geração de emprego e renda para a classe trabalhadora, que está voltado apenas para o interesse dos rentistas e empresários gananciosos. A nossa categoria está sendo alvo de um governo obcecado em promover a retirada de direitos e o enfraquecimento da nossa luta, e para isso se utiliza de inúmeras medidas provisórias e decretos, sempre retirando direitos, atacando as representações sindicais e favorecendo os grandes empresários. Diante deste caos generalizado, precisamos da unidade de todas as forças políticas que representam os bancários e bancárias neste país. Unidade que precisamos construir juntos, e precisamos, acima de tudo, ouvir a voz da base e mobilizar a categoria para que possamos defender o emprego, os direitos já conquistados e avançar em novas conquistas, com aumento real nos salários”, enfatizou Pinheiro.
Para o presidente do Sindicato rondoniense, a Campanha Nacional deste ano tem que se focar, sobretudo, na resistência sem recuos, para a proteção do emprego e da dignidade da categoria bancária.
“Não aceitaremos retrocessos, pois apesar da crise econômica, política e social, os bancos no Brasil continuam lucrando como nunca e, portanto, precisam valorizar seus trabalhadores, efetivando a contrapartida social que é manter o emprego dos bancários. Não aceitaremos a exploração e a cobrança desumana de metas que levam ao adoecimento e jamais recuaremos em nossa luta”, concluiu o dirigente.
SEEB-RO com informações da Contraf-CUT