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3 de Fevereiro de 2020 às 18:35

Abertura de capital da Caixa Seguridade avança no governo


Na quarta-feira (29), durante conferência do Credit Suisse, em São Paulo, o presidente da CEF, Pedro Guimarães, confirmou que “está discutindo, obtendo autorizações e muito perto de começar a abertura de capital da Caixa Seguridade”. Guimarães também reforçou que o banco deve anunciar uma joint venture (aliança estratégica comercial) para entrar no ramo de adquirência e lançar uma nova bandeira de cartões. A notícia foi divulgada pelo Estadão e repercutida por outros veículos de imprensa.

Na avaliação do presidente da Fenae, Jair Ferreira, o posicionamento e as intenções da direção da Caixa demandam alerta e reação por parte dos trabalhadores e da sociedade. “O presidente do banco tem falado que vai vender tudo, abrir o capital. Vai vender as loterias e a parte de cartões; ou seja, uma parte rentável que a empresa tem”, destaca. “Isto é muito preocupante porque estão despedaçando a instituição, diminuindo o tamanho dela, vendendo as subsidiárias. Cabe a nós enfrentarmos e revertermos esta situação”, acrescenta Ferreira.

De acordo com a reportagem do Estadão — “Caixa diz estar muito próxima de começar a abertura de capital da Caixa Seguridade” — Pedro Guimarães tenta justificar o processo de privatização por considerar a CEF “pouco reconhecida”, com um cross selling (venda cruzada) muito pequeno entre as unidades do banco e também pela prática de Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD), que Guimarães classifica como “pedalada fiscal”.

Contudo, o presidente da Fenae observa que tais argumentos não se sustentam nem justificam os objetivos do atual governo porque a Caixa fez investimentos para a garantia de patrimônio de sustentação, a exemplo da compra de ações de Petrobras, do Liberty e de outras participações. “Mesmo assim, eles (governo) já venderam, em 2019, R$ 15 bilhões de ativos da instituição”, destaca Jair Ferreira, ao explicar que medidas como esta tiram a capacidade do banco de fazer novos empréstimos e pode prejudicar financiamentos para moradia e educação. “É o início do desmonte de uma empresa desse tamanho, construída passo a passo pelos colaboradores, pela sociedade, pelos verdadeiros acionistas da Caixa: os brasileiros”, completa o presidente da Federação.

APREENSÃO

O clima de apreensão provocado pelas sinalizações do governo de abrir o capital e “reestruturar” a Caixa, sem a participação dos trabalhadores no debate, também vem sendo observado pelo secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e vice-presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.

 

Fenae


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