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14 de Dezembro de 2022 às 16:04

3º Circuito Bancário de Corrida de Rua leva, para as ruas de Santarém inclusão superação e determinação


Mais de 1600 km percorridos e um único objetivo: completar as 3 etapas do 3º Circuito Bancário de Corrida de Rua. O propósito da bancária Lindinalva Cunha, do Banpará de Abel Figueiredo, sudeste paraense, é uma espécie de presente de aniversário de 32 anos desde quando ela decidiu correr quando ainda era adolescente.

Assim como em 2022, lá em 2002, a menina de 12 anos calçou um par de tênis e correu em busca de um sonho de infância: ganhar uma bicicleta. “Lembro de ter dito pro meu pai assim que soube de qual era o prêmio da corrida de aniversário da cidade, e ele me incentivou. O percurso era de 18 km e consegui chegar em primeiro lugar e ganhar a tal da bicicleta”, lembra emocionada.

Daí em diante, Lindinalva não parou mais, e junto a ela o principal incentivador, mais conhecido como seu José Bonfim, pai da bancária, também virou o treinador dela. Mas essa parceria de amor, pódios e muitas medalhas foi interrompida por um crime. “Meu pai era funcionário do Ibama e dias depois após uma operação ele foi assassinado em 94”, conta.

“A dor de correr aliviou (grifo nosso) a dor de viver”

A frase é de Jacqueline Simon Gunn e que resume em 9 palavras os anos de corrida da bancária sem o pai treinador. “Logo no início foi difícil continuar, mas nunca desisti e hoje acho que eu continuo por ele, sabe, por mim também, mas mais por ele; e enquanto eu tiver saúde e disposição, estarei nos corres e corridas da vida”, afirma.

Os últimos 7 km da distância total do que Lindinalva percorreu para completar as 3 etapas do 3º Circuito Bancário de Corrida de Rua foram concluídos com sucesso e direito ao segundo lugar geral na categoria bancária na etapa Santarém, com 42 minutos; vice-campeã em Marabá e primeiro lugar na categoria 46 a 60 anos na capital paraense.

“Sentimento é de alegria, eu estou muito feliz por ter conseguido a promessa que eu fiz de participar das três etapas; e graças a Deus hoje eu estou aqui e consegui concluir com chave de ouro. A equipe que organizou, o pessoal do Sindicato está de parabéns, que continue organizando que ano que vem vou trazer uma equipe de Abel”, planeja Lindinalva.

Após a premiação, a bancária ia seguir o caminho de volta pra casa e na bagagem mais uma medalha e troféu que já têm lugares garantidos na estante da sala, além de vários registros e muita história pra contar.

Etapa Santarém

A Pérola do Tapajós, mais conhecida como Santarém foi a cidade escolhida para o encerramento do maior evento de corrida de rua da categoria bancária do Brasil. “Depois de Belém, que abriu o calendário do evento em setembro, passamos por Marabá em novembro e quase um mês depois desembarcamos aqui, onde chegamos desde domingo para ajustar os últimos detalhes e fechar com chave de ouro a retomada da nossa tradicional corrida e caminhada após o auge da pandemia, e certamente, o sentimento de dever cumprido define a emoção que estou sentindo nesse momento. Nosso agradecimento especial aos patrocinadores de todo o Circuito que foram a Fenae, Cooperforte, Banpará e Banco da Amazônia; e aqui em Santarém, Famed Remoções, Boativa – Farmácia de Manipulação e Semente do Bem Empório, e a Cronosantarem que fez a cronometragem”, destaca o diretor de esportes do Sindicato, Luiz Otávio.

Mas a largada começou meses antes com a organização e mobilização do trio de dirigentes sindicais na região Oeste, e a diretora Rafaela Carletto também se preparou para o grande dia junto com um grupo de bancárias e bancários.

“Meu muito obrigada a todos os colegas que viveram tudo isso junto comigo, que me incentivaram e me treinaram para hoje eu poder estar aqui correndo e sentindo na pele todas as dores e alegrias que a corrida de rua nos proporciona”, reconhece Rafaela.

De 10 anos parada para o 1º lugar geral da categoria bancária

Quem treinou também junto com a dirigente sindical foi a primeira colocada geral na categoria bancária. Letícia Conceição Mendes, do Banco do Brasil, que durante quatro meses começou a preparação em ritmo de retomada às corridas de rua após 10 anos sem fazer qualquer atividade física, cruzou a linha de chegada após 41 minutos da largada.

“A corrida dos bancários foi um divisor de águas na minha vida, porque até o mês de agosto eu estava sedentária, mas graças ao incentivo do Sindicato comecei a treinar. Comecei a treinar, graças a Deus com o intuito de me superar a cada treino, acabei conquistando o pódio. A partir de agora eu pretendo não parar mais. A corrida de rua é saúde, é algo que a gente consegue fazer por nós o que ninguém mais pode fazer. Estou muito feliz e só gratidão no momento”, conta a bancária que após cruzar a linha de chegada era só felicidade compartilhada com todos aqueles que a incentivaram e correram junto com ela.

Na categoria bancária masculino quem ocupou o lugar mais alto do pódio foi o bancário do Basa, Wendel de Abreu, com 34 minutos de prova. Em Belém, ele também participou da competição chegando em terceiro lugar geral da categoria bancária.

O encerramento do 3º Circuito Bancário de Corrida de Rua foi na cidade natal de Wendel que atualmente mora e trabalha na capital paraense; portanto motivos não faltaram para o bancário visitar mais uma vez a Pérola do Tapajós.

“Estou em casa, com a família, os amigos; vou compartilhar com eles agora esse momento. O esporte é saúde e o nosso Sindicato apoia o esporte, e eu fico feliz de poder desenvolver a corrida como um motivo de qualidade de vida pra mim e exemplo pros meus colegas”, conta.

E por falar em família teve uma de quatro mulheres, uma delas é bancária do BB, que largaram e cruzaram a linha de chegada juntas. Todas participaram da caminhada, outra modalidade do 3º Circuito.

O final do percurso foi comemorado por todas, em especial pela d. Maria das Graças Ferreira, de 73 anos que é mãe da bancária, Simone Borges. “Minha mãe é hipertensa e faz atividade física em casa com um profissional e nunca tinha participado de uma atividade de rua. Estou muito feliz em poder compartilhar com ela, minha irmã e a sogra da minha irmã essa experiência que faz bem pra saúde física e mental”, destaca a bancária.

“Diagnóstico não é destino de ninguém”

O 3º Circuito Bancário de Corrida de Rua é também sinônimo de inclusão, assim como a corrida é para a mãe do adolescente de 13 anos, João Gabriel Diniz, que tem paralisia cerebral. “A corrida pra nós hoje significa inclusão. O João ele corre, já é a terceira vez dele correndo na edição dos bancários, ele vem participando de várias corridas tanto aqui no município de Santarém, mas fora. No meio do ano agora ele participou da maratona do Rio, participou em Manaus. Ele é maratonista; e eu sempre que posso eu tento incluir ele”, explica Lilian Diniz, mãe de João Gabriel.

Lilian e João não correm só, eles contam com as pernas solidárias de outras mães de pessoas com deficiência e também de corredores amadores que levaram para Santarém um projeto de inclusão social, que nasceu em 2015 em Joinville, e que permite que cadeirantes, cegos e pessoas com síndrome de Down, possam fazer parte de corridas da rua, em triciclos.

Lá em Santa Catarina, o comerciante catarinense Cleiton Luiz Tamazzia, que gostava muito de correr, queria compartilhar com o primo Rodrigo, cadeirante, o prazer que ele sentia na prática do esporte. “Foi muito especial ver o sorriso no rosto dele e ver seus olhos brilhando novamente. Foi pura emoção, tanto para ele quanto para mim. É algo indescritível em palavras”, contou Cleiton durante entrevista ao site Conexão Planeta em 2020.

O sorriso e os olhos brilhando que o comerciante Cleiton viu no primo Rodrigo puderam também ser enxergados nos quatro cadeirantes que largaram e cruzaram juntos a linha de chegada da Etapa Santarém, contagiando organizadores, corredores, além de familiares e amigos que aguardavam pelos competidores.

Confira aqui o resultado

E aqui as fotos do evento

 

Fonte: Bancários PA com informações do Conexão Planeta


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