Após mais de quatro anos de retiradas de direitos e supressão de conquistas históricas, a classe trabalhadora, finalmente, teve o que comemorar no 1º de Maio, Dia de Luta das Trabalhadoras e dos Trabalhadores. Em pronunciamento memorável, o presidente Lula anunciou o aumento do salário-mínimo para R$ 1.320 e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 2.640.
E para celebrar esses e outros avanços, este ano, a CUT-DF decidiu comemorar na maior Região Administrativa do DF. A tradicional festividade que acontece sempre no centro da capital do Brasil foi realizada na Praça da Feira Central da Ceilândia, cidade que acolhe milhares de trabalhadores das mais diversas categorias. Veja fotos da atividade aqui.
“Escolhemos a Ceilândia como palco deste 1º de maio por saber que é aqui em que está a maioria das trabalhadoras e trabalhadores de nossa cidade. Ceilândia é dos principais polos de arte, cultura e resistência do DF. Aqui demarcamos nossa luta e nossas reivindicações, mas também festejamos, porque as trabalhadoras e trabalhadores precisam e tempo de cultura e lazer”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
Pelo palco, além de lideranças sindicais, políticas e de movimentos sociais, passaram também diversos artistas locais, que alegram os trabalhadores presentes. Trio K Entre Nós, Lídia Dallet e Samba da Guariba e o Projeto RAP (Ressocialização, Autonomia e Protagonismo) coordenado pelo professor da Secretaria da Educação do DF Francisco Celso.
O projeto RAP, que usa linguagens artísticas como fonte de propostas educacionais no Núcleo de Ensino da Unidade de Internação de Santa Maria – DF, está entre os 50 melhores professores do mundo, de acordo com o Teacher Prize 2020, prêmio mundial que homenageia educadores e é organizado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Conheça o Projeto RAP.
A deputada federal Erika Kokay (PT) e os deputados distritais Gabriel Magno (PT) e Fábio Félix (Psol). Os parlamentares saudaram o dia de luta e reiteraram o compromisso com a classe trabalhadora, com centralidade na luta das professoras e dos professores da rede pública do DF, que se preparam para movimento paredista.
Greve das professoras e professores
A atividade contou ainda com a participação massiva de professoras, professores, orientadoras e orientadores da rede pública do DF, que entram em greve nesta próxima quinta-feira (4). Sem recomposição salarial há 8 anos, a categoria luta pela reestruturação da carreira e por melhores condições de trabalho.
“Essa greve foi construída desde o início do ano e será a oportunidade de dialogarmos com a comunidade sobre a situação precária em que se encontra a educação do DF. Estamos com escolas sucateadas, salas lotadas, professoras e professores desvalorizados. O que a gente vê desse governo Ibaneis é um deboche com a educação pública. Essa greve é fruto da mobilização da nossa categoria, que é brava, combativa e não foge à luta”, disse Luciana Custódio, diretora do Sinpro-DF, sindicato que representa a categoria.
Durante as falas políticas, parlamentares e representantes de movimentos diversos declararam apoio ao movimento grevista. Luciana, em nome da categoria, agradeceu e ressaltou a importância também do apoio da população.
“Nós lutamos que para que suas filhas e seus filhos tenham direito a uma educação de qualidade, contra a superlotação das salas, contra a violência e contra a desvalorização enfrentada pelos profissionais da educação”, afirmou.
Saiba mais sobre a mobilização da educação.
1º de maio, um dia de luta!
Conhecido em todo o mundo como o Dia do Trabalhador, o 1º de maio tem seu significado desconhecido por muitos: a data é marcada pela luta e resistência da classe trabalhadora por dignidade, jornada de trabalho justa e melhores condições de trabalho.
A origem da data está na luta pela redução da jornada de trabalho para 8 horas. Em 1886, trabalhadores americanos fizeram uma grande paralisação no 1º de maio para reivindicar condições dignas de trabalho. O movimento se espalhou pelo mundo e, no ano seguinte, trabalhadores de países europeus também decidiram parar por protesto. Em 1889, operários que estavam reunidos em Paris (França) decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores que haviam feito greve três anos antes. Em 1891, trabalhadores franceses consagraram a data de luta por jornadas até oito horas diárias. Naquele momento, o século XX acordou para o fato de que trabalhar mais do que essas oito horas seria considerado inconcebível.
No Brasil, o feriado começou por conta da influência de imigrantes europeus que, a partir de 1917, resolveram parar o trabalho para reivindicar direitos. Em 1924 o 1º de maio foi decretado como feriado oficial.
Além de ser um dia de descanso, o 1º de maio é uma data com ações voltadas para os trabalhadores. Não por acaso, a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) no Brasil foi anunciada no dia 1º de maio de 1943. Por muito tempo, o reajuste anual do salário-mínimo também acontecia no Dia do Trabalhador.
Fonte: CUT-DF