Hoje, dia 10 de setembro, é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Daí surgiu a campanha “Setembro Amarelo”, que tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre o assunto e entender as questões que geram sofrimento e doenças mentais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa comete suicídio a cada quatro segundos no mundo. Isso corresponde a 800 mil mortes por ano.
O Brasil está em oitavo lugar entre os países do mundo com mais casos de suicídios. Para a OMS, 90% deles poderiam ter sido evitados.
É preciso falar abertamente sobre o assunto. Pessoas que pensam em suicídio não devem ter medo ou vergonha de serem julgados.
Como perceber comportamentos suicidas? Como ajudar?
Por muitos anos, falar sobre suicídio foi um tabu. Mas a abordagem do problema está mudando. Para psicólogos, o silêncio é o que mata. É preciso estarmos atentos às pessoas, escutá-las, deixá-las falar com calma, sem julgá-las. Demonstrar interesse pelo que acontece com elas, demonstrar empatia.
Se reconhecermos que uma pessoa precisa de ajuda, é preciso levá-la até um profissional médico.
O ponto que mais requer atenção é a “ideia do suicídio” que surge antes do ato. Devemos ficar alertas a alguns sinais de que ela já se manifestou em alguém: isolamento, infelicidade e esgotamento.
Cada pessoa sofre de um jeito diferente, e é difícil prever quem vai tentar o suicídio, de que forma ou em que momento, mas existem algumas recorrências: 90% sofriam de problemas mentais; 50% já haviam tentado tirar a vida em algum momento; muitos tinham parentes em primeiro grau que se suicidaram.
Pessoas que querem ajudar também devem evitar algumas abordagens. Especialistas recomendam que não se fale coisas como “a vida vale a pena”, “a vida é bonita”, que “há sentido em tudo” ou que “é preciso ter fé”. Também não se pode estimular a pessoa a se distrair ou “ocupar a cabeça”, pois isso acaba inviabilizando o sofrimento.
De novo, cada pessoa sofre de um jeito, e é ela própria quem tem de reconhecer o que está falando e que tem de buscar sua própria via para resolver. Precisamos apenas escutar.
Bancários cada vez mais doentes
De 2009 a 2017, a quantidade de bancários afastados por transtornos mentais cresceu 61,5%, de acordo com dados do INSS. Porém esse número deve ser ainda maior, já que nem todos os trabalhadores obtêm o benefício previdenciário ou procuram seus direitos.
Transtornos mentais e, por consequência, suicídios aumentaram exponencialmente no Brasil e no mundo. Em períodos de crise como o que estamos vivendo, por conta da pandemia do novo coronavírus, esses casos se tornam ainda mais comuns.
Empregados de bancos públicos e privados, com metas cada vez mais difíceis de serem alcançadas, sofrendo com o assédio moral e a sobrecarga de trabalho, e preocupados com reestruturações que invariavelmente levam a demissões em massa, estão adoecendo cada vez mais.
Onde procurar ajuda?
O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece um serviço online de escuta, via chat ou telefone, 24 horas por dia. Basta acessar o site www.cvv.org.br ou ligar para 188.
O CVV foi criado em 1º de março de 1962. Portanto, neste ano, o serviço completou 58 anos de atividade voluntária, com 121 postos espalhados pelo Brasil.
Com informações da CONTRAF-CUT