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23 de Janeiro de 2024 às 14:45

Coletivo de saúde conquista avanços importantes em mesa bipartite

Na primeira reunião do ano da mesa bipartite de saúde, Fenaban sinaliza concordância em debater propostas apresentadas pelos trabalhadores


A primeira reunião do ano da mesa bipartite de saúde entre o Comando Nacional dos Bancários, assessorado pelo Coletivo de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada na manhã desta terça-feira (23), teve avanços importantes, com a possibilidade de acordo em diversas reivindicações.

"Este ano a pauta de saúde e condições de trabalho está se encaminhando para ser um dos principais temas da campanha nacional, tendo em vista o grande índice adoecimento mental e comportamental da categoria bancária, em razão da intensidade de trabalho nos bancos, iniciada na pandemia, mais a alteração das metas, que agora são semestrais, trimestrais, mensais e até mesmo induçōes diárias, fora o controle excessivo do trabalho, muitas até de hora em hora", critica Wadson Boaventura, representante da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) na mesa bipartite de saúde e condições de trabalho com a Fenaban.

"Na reunião desta terça-feira também tratamos diretamente com a responsável pelas Relações Ssindicais do Santander, em relação à não assistência do plano de Saúde Unimed às bancárias e bancários de Brasília, e o com a Relações Sindicais do Itaú, em relação à não assistência Médico/Hospitalar das bancárias e bancários na Unimed do Amapá. As representantes dos bancos ficaram de dar uma resposta a essa situação o mais breve possível", informa Wadson.

No início da discussão sobre aditivo da cláusula 61 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que trata da prevenção de conflitos e assédio moral no local de trabalho e dos canais de denúncia, o movimento sindical cobrou um melhor fluxo para dar tranquilidade ao denunciante para procurar os canais disponíveis com garantia de sigilo e resolutividade da denúncia.

“O trabalhador tem medo de fazer denúncia e, quando faz, muitas vezes, vem a partir do Ministério Público, o que acaba nos jornais e dá uma visibilidade maior. Precisamos atrair para os canais acordados, para que sejam resolvidos de forma mais rápida”, orientou Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT.

A Fenaban se comprometeu a responder a proposta sobre fluxo, sigilo e medidas contra o assédio, como cursos para gestores e a criação de uma comissão bipartite para apuração das denúncias.

Canal de atendimento e acolhimento

Outra reivindicação dos representantes dos trabalhadores é a criação de um canal de atendimento humanizado com um fluxo transparente e descomplicado, com informações do que fazer em caso de necessidade de afastamento. A Fenaban se comprometeu a apresentar uma proposta de fluxograma para ser debatido.

Clausula 61

Os trabalhadores reivindicam também a atualização dos mecanismos de prevenção de conflito no ambiente de trabalho. “Precisamos que essa cláusula seja aperfeiçoada, atualizada, modernizada, pois é antiga. No período foi ousada, já que o tema era pouco debatido. Mas, hoje a sociedade, como um todo, o conhece e já evoluiu bastante. Nós precisamos atualizá-la para que aborde de forma mais profunda o assédio moral no local de trabalho.”

PCMSO

Os trabalhadores ainda cobraram melhorias no Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional (PCMSO). “Nós gostaríamos de ter os dados de afastamento, até para poder sugerir medidas para rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho. Importante balizar também a questão de reconhecer os riscos dos bancos. Já há uma deturpação no início do processo que não reconhece. Esse reconhecimento é importante. O que a gente quer nada mais do que discutir o que está em lei. O relatório anual do PCMSO prevê uma discussão com a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Nós queremos participar deste debate. Utilizar essas ferramentas já definidas para discutir medida bipartite para melhorar os locais de trabalho”, salientou Mauro.

O secretário de saúde ainda respondeu aos representantes da Fenaban, que negaram a reivindicação, por entenderem que haveria uma sobreposição à CIPA. “Não queremos tirar o papel da CIPA, muito pelo contrário, queremos a ampliação. Infelizmente a lei define apenas um cipeiro a cada 100 trabalhadores. Com isso, poucos locais de trabalho têm CIPA nos bancos. Consequentemente, não temos PCMSO exclusivos de diversos locais, o relatório é centralizado. Nós queremos analisar os números conjuntamente para pensar em forma de melhorar os locais de trabalho um a um”, completou Mauro, ao lembrar que as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) definem a participação dos trabalhadores nessas discussões.

Debates futuros

A próxima reunião da mesa bipartite de saúde ficou agendada para 14 de março, às 10h, em São Paulo. O movimento sindical se comprometeu a apresentar a pesquisa sobre saúde mental e uma proposta de código de conduta e protocolo para fluxo de combate ao assédio moral nos locais de trabalho.

 

Fonte: Contraf-CUT


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