Os protestos em agências do banco Santander, que começaram na terça-feira (26), contra a extensão do horário de atendimento gerencial e também contra todo o processo de reestruturação promovido pelo banco, com a extinção dos cargos de gerentes de atendimento, demissões e terceirizações de diversos setores, continuaram nesta quarta-feira (27).
“O banco já se comprometeu a fazer uma conversa presencial para tratar dos problemas. Valorizamos o processo negocial e queremos que esta conversa seja marcada o quanto antes e traga a solução esperada pelos trabalhadores, mas enquanto ela não é marcada e nem acontece, a insatisfação e as manifestações continuam”, explicou a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, que é funcionária do Santander e presidenta da UNI Finanças Mundial.
>>>>> Veja galeria de imagens dos protestos desta quarta-feira
A reestruturação
O Santander vem promovendo há anos uma reestruturação com demissões, falta de contratação de funcionários, terceirizações de setores inteiros, automatização de funções, extinção do cargo de gerente de atendimento (o que levou à sobrecarga dos gerentes de negócios e serviços) e ampliação do horário de atendimento gerencial das 9h às 17h.
No boletim Sindical Santander, que foi distribuído aos funcionários e à população em geral durante as atividades, o movimento sindical ressalta que a ampliação do horário afetará mais as agências periféricas, onde há maior volume de atendimento de clientes, e que, como muitos problemas levam mais de uma hora para serem solucionados, o expediente pode ir até depois das 17h.
Publicamente o Santander alega buscar proximidade com os clientes. “Mas, na prática, o banco está empurrando as pessoas para o atendimento digital e cortando postos de trabalho que poderiam melhorar o atendimento, o que contradiz esse discurso”, disse a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias.
Dados do balanço do Santander mostram que, em um ano, a carteira digital do banco cresceu 17%; no mesmo período houve crescimento de 8% de clientes tradicionais. Em cinco anos, do primeiro trimestre de 2016 ao primeiro trimestre de 2022, a média de clientes por funcionário cresceu de 656 para 1.116. No período houve aumento de 166% no número de clientes e redução de 2,1% no número de funcionários.
Fonte; Contraf-CUT