Na manhã desta quinta-feira (21/7) bancários de Rondônia retardaram, em uma hora, a abertura da agência da avenida Sete de Setembro (Centro de Porto Velho) do Santander, em protesto contra as decisões unilaterais do banco espanhol que estão adoecendo os trabalhadores. Entre essas medidas está ampliação da jornada de trabalho para o atendimento gerencial – sem negociação com o movimento sindical – das 9 às 17 horas, medida esta que já está valendo desde 18 de julho.
Essa não é a primeira vez que o Santander toma atitudes que atingem diretamente a rotina e a vida dos seus funcionários, já que o banco, por inúmeras vezes, tentou abrir suas agências aos sábados em outros momentos, medidas que felizmente foram derrubadas pela atuação dos sindicatos, que acionaram a Justiça do Trabalho para impedir esses abusos.
O Santander alega que já vem automatizando parte das funções, e que, com a ampliação do horário, pretende oferecer um atendimento melhor aos clientes.
“É mais um daqueles argumentos que não possui sustentação, pois se o banco realmente se importa com a qualidade do atendimento aos seus clientes, ao invés de colocar em prática medidas que estendem a jornada de trabalho, abre agências em finais de semana – adoecendo seus funcionários – deveria mesmo é contratar mais funcionários”, destaca Clemilson Farias, diretor de Finanças do SEEB-RO e funcionário do Santander.
CAMPANHA NACIONAL
O Sindicato aproveitou o ato público para fazer o lançamento oficial da Campanha Nacional dos Bancários 2022 no Estado. Com o slogan “Bora Ganhar Esse Jogo”, a campanha já teve suas primeiras rodadas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).
“Estamos vivenciando um momento difícil, não apenas pela conjuntura nacional, mas também dentro dos nossos locais de trabalho. As recentes denúncias de assédio sexual que culminaram com a saída do então presidente da Caixa, é apenas uma amostra do que nós, mulheres, enfrentamos dia após dia nas agências. Os casos amplamente divulgados na imprensa nacional confirmam o que todos sabemos, que existe este cenário de desrespeito com os trabalhadores, e no caso das mulheres, é ainda pior. E uma das principais bandeiras do Sindicato e desta Campanha Nacional é criar um canal permanente de combate ao assédio moral e, principalmente, ao assédio sexual nos bancos”, mencionou Ivone Colombo, presidenta do SEEB-RO.
O secretário geral do Sindicato, Cleiton dos Santos, contou que o Santander adota medidas sem negociação e que prejudica ainda mais os bancários, como retirada das portas giratórias (expondo clientes e trabalhadores à criminalidade) e fim dos comissionados GA.
“Já tivemos a reforma trabalhista de 2017, que mudou as regras da relação de trabalho em prejuízo aos trabalhadores, e neste momento vemos um governo aprofundando este projeto, editando Medidas Provisórias que objetivam retirar mais direitos dos trabalhadores. Portanto é necessário estarmos atentos para o que está acontecendo. Na última rodada de negociação o tema foi assédio moral e sexual, e os bancos naturalmente não querem sua marca associadas com escândalos, e alegam concordar com o movimento sindical. No entanto, sabemos que essa política efetiva de combate permanente ao assédio não existe de fato”, enfatizou Cleiton.