No rastro da reforma trabalhista, a Caixa Econômica Federal, numa nova versão do normativo RH 037, publicada nesta quinta-feira 3, se adequou à Lei 13.429/2017 e sinaliza que não mais realizará concursos públicos para a contratação de seus empregados. E nem vai convocar os concursos para assumir o lugar dos que se desligaram nos planos de aposentadorias.
De acordo com a norma, os trabalhadores serão contratados por meio de empresas especializadas na prestação de serviços temporários para realizar as tarefas de técnico bancário e não terão nenhum vínculo empregatício com a Caixa.
A norma não estipula a quantidade de temporários que serão contratados, apenas define que o número de contratações dependerá da disponibilidade orçamentária e dos resultados esperados pelo gestor demandante, com base no que for determinado pela Gerência Nacional do Quadro de Pessoas e Remuneração (Geper).
A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) cobra a instituição, que terá de trazer respostas na mesa de negociação do dia 15 de agosto.
"A nova versão do RH37 nos permite vislumbrar o que vem pela frente, duas categorias de trabalhadores: os bancários, com direitos, conquistas e melhor remuneração e, do outro lado, fazendo a mesma atividade só que com menos direitos e ganhando menos, um terceirizado, um subempregado. Isso até que nos tornemos todos trabalhadores de segunda categoria, com a gradativa substituição do empregado concursado, pelo empregado terceirizado. Talvez, agora, as pessoas acordem para o fato de que o golpe não foi contra a Dilma e sim contra a maioria da população. E com isso, em 2018, não elejam um Congresso e um executivo compromissados unicamente com os interesses do patronato e do capital financeiro", avalia o diretor do Sindicato Antonio Abdan.
Da Redação com Contraf-CUT e Seeb São Paulo