(Última atualização: dia 12, às 7h25)
Dezenas de milhares de manifestantes realizaram atos de protesto em praticamente todos os Estados do país e no Distrito Federal, além de várias cidades da Europa, nesta quarta-feira 11, Dia Nacional de Luta em Defesa de Lula Live. As manifestações começaram logo cedo e terminaram à noite.
Np maior ato, milhares de pessoas se reuniram em São Paulo para pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra em seu quarto dia preso em Curitiba, na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná. Na capital paulista, o ato começou por volta das 16h na Praça da Sé, região central, com passeata até a Praça da República, onde diversos artistas se apresentaram. Outras cidades brasileiras e do exterior também registraram atos, entre as quais Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Lisboa, Londres, Bogotá, Estocolmo e Barcelona.
Os artistas que passaram pelo palco do ato pela liberdade do ex-presidente foram Fióti, Aíla, Ava Rocha, Alessandra Leão, As Bahias e a Cozinha Mineira, Bia Ferreira, Bixiga 70, Charanga do França, Chico César, DJ David Carneiro, Dada Yute, Drik Barbosa, Eduardo Brechó, Fernando Anitelli, Francisco El Hombre, Felipe Cordeiro, Guizado, Jonnata Doll, Junio Barreto, Lucas Santtanna, Luana Hansen, Luísa Maita, Lurdes da Luz, Mulamba, Nã, Rico Dalasam, Rodrigo, do Dead Fish, Samuca e a Selva e Salloma e Soledad.
Ato em Fortaleza contou com centenas de manifestantes
Antes de sair da Sé, os manifestantes entoaram cantos de ordem e ouviram lideranças de movimentos sociais. O presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, apresentou propostas para a continuidade e o amadurecimento do movimento. "Temos um calendário de ações. Convido todos os membros da Frente Brasil Popular para uma plenária sexta-feira (13) na Apeoesp (o sindicato dos professores da rede pública estadual), para organizar um ato no dia 17, às 18h. Precisamos organizar nossa tropa para fazer um ato em uma determinada empresa de comunicação que patrocinou o golpe", disse, seguido de gritos de "Fora Globo".
"Estamos em uma situação de golpe. Depuseram uma presidenta legitimamente eleita, atentaram contra os trabalhadores com a reforma trabalhista, a tentativa de reforma da Previdência, a terceirização da atividade fim e com a entrega do Brasil para as multinacionais", disse.
Além da plenária na Apeoesp, Douglas propôs uma ocupação massiva em Curitiba. "A segunda tarefa é nos organizar para ocuparmos Curitiba em solidariedade ao presidente Lula. Ao longo de abril, vamos fazer as brigadas e percorrer todo o estado de São Paulo, a periferia, dialogar com a juventude, com os trabalhadores, sobre os efeitos do golpe na vida do povo de São Paulo", apontou. "A CUT nunca teve dúvida do seu lado. É do lado dos trabalhadores, de quem defende a democracia. E nós estaremos junto com as duas frentes na rua, na luta por Lula livre", finalizou.
A vereadora paulistana Juliana Cardoso (PT) esteve à frente da marcha que rumou até a Praça da República. "Lula é inocente, temos que falar para todos, é um prisioneiro político. Está preso porque fez projetos sociais importantes para a sociedade. Com ele, o povo brasileiro teve orgulho de ser brasileiro. Com o PT as pessoas tiveram acesso à faculdade. O filho da empregada entrou em universidade pública", disse. "Neste momento, a PF começou a arregar. Querem colocar o Lula em outro lugar porque o povo está lá acampado. Mas estaremos com ele em qualquer lugar. Vamos falar para o mundo que ele é preso político e que não vão prender nossos sonhos. Todos nós somos Lula."
Outro parlamentar petista da cidade, o vereador Alfredinho, também criticou a Rede Globo. "A Globo fez cinco entrevistas sobre esse tema. Delas, quatro eram favoráveis à prisão de Lula. Eles falam que são imparciais, mas a imprensa que temos nesse país está fazendo a cabeça de alguns. Sinto nas ruas que o jogo está dividido. Agora, não podemos confiar nos tribunais nem na burguesia. O Lula pode ficar preso mais alguns dias e só vamos tirar ele de lá com mobilização, com a força do povo nas ruas."
A professora e militante Bárbara Corales fez questão de participar de todo o ato. "A mudança só vai acontecer se ele estiver livre. Por isso temos que fazer milhares de comitês Lula livre nas escolas, nos bairros e sindicatos."
Já a piauiense Terezinha Felix, que carregava uma faixa com as palavras "Lula Livre", falou da importância do ex-presidente na sua região. "O Nordeste era esquecido, não tínhamos nada, nada para comer. Lula tirou o povo da miséria, por isso fazem isso. Eu e meu povo do Piauí estaremos com ele, que tanto fez por nós."
Manifestações começaram de manhã
Pelo menos dez estados do país amanheceram com manifestações em favor de Lula e da democracia durante a manhã. Em Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Ceará, Sergipe, Pará, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul o dia de luta começou cedo. No final da tarde e início da noite outros atos ocorrerão pelo país e pelo mundo.
Na Bahia, o maior centro comercial da capital de Salvador foi fechado durante boa parte do dia.
Pela manhã, o protesto ocorreu na BR-349, no município de Correntina. A pista foi fechada no início da manhã, mas já foi liberada.
Ainda na Bahia, cerca de dois mil camponeses e camponesas ocuparam ruas e avenidas em Capim Grosso, em protesto contra a prisão política do ex-presidente Lula. O ato foi realizado por várias organizações que compõe a Frente Brasil Popular.
ÃO
No município de Jacobina, também na Bahia, o povo foi para as ruas logo peka manhã no Dia Nacional de Luta em defesa da liberdade de Lula.
Em Alagoas, manifestantes fecharam três rodovias: BR-316, em Atalia; BR-104, em União dos Palmares; e BR-101, em Joaquim Gomes. A Polícia Rodoviária Federal, por volta das 13h, informou que apenas a BR-101 continuava fechada.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocupou a BR-349, no oeste do estado, em defesa da democracia e da liberdade do Lula.
Na capital do Ceará, a militância ocupou a Praça Murilo Borges, em frente à Justiça de Fortaleza, em defesa do Lula.
Até o fim do dia permanecerá na região um acampamento com extensa programação de atividades nos próximos dias. O ato é organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e representa os movimentos populares de mais de 100 municípios do Estado.
Em Sobral, no Ceará, teve manifestação pela manhã, que saiu da Praça de Cuba em caminhada até o Beco do Cotovelo, onde foi encerrada com um ato político.
Em Pernambuco, os movimentos em favor de Lula e da democracia bloquearam a PE-60, no trecho da antiga BR-101, no Cabo de Santo Agostinho, nos dois sentidos, assim como a Estrada de Curcurana, em Barra de Jangada, em Jaboatão. Também foi interditado a BR-232, na altura do km 144, em Caruaru.
Ainda no estado os trabalhadores sem teto, ligados à União por Moradia Popular, com apoio de companheiros da CUT-PE, realizaram um ato em defesa do ex-presidente Lula e da democracia.
No Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana do Recife, e em Caruaru, região agreste do estado, também ocorreram atos em defesa do ex-presidente.
Em Sergipe, manifestantes fecharam a rodovia em Poço Redondo.
A rodovia Belém-Brasília BR 010, no Pará, foi ocupada na altura da ponte do rio Ipixuna por trabalhadores e trabalhadoras rurais que trazem na garganta o grito de revolta, de dor e de denúncia contra a injusta prisão do ex-presidente Lula.
Os trabalhadores e as trabalhadoras aproveitaram para reivindicar a desapropriação da fazenda conhecida como Campo de Boi. Uma terra que, segundo eles, foi abandonada pelo antigo proprietário.
Na grande Belo Horizonte, em Minas Gerais, militantes da Frente Brasil Popular bloquearam as principais vias de acesso à capital mineira. Os apoiadores do ex-presidente fecharam pela manhã a Avenida Antônio Carlos, próximo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O bloqueio durou cerca de meia hora.
Já na Avenida Nossa Senhora do Carmo, em Sion, centro-sul de Belo Horizonte, outra manifestação bloqueou o sentido centro, na altura do trevo do Belvedere.
Em Contagem, também na grande Minas Gerais, pela manhã, a Avenida Cardeal Eugênio Pacelli, no sentido a Belo Horizonte, foi interditada.
Em Curitiba, Paraná, onde o ex-presidente Lula é mantido como prisioneiro político, juristas realizaram um ato pela manhã em defesa da Constituição Federal e a favor da presunção de inocência. Entre os participantes estavam professores de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de Brasília (UnB).
Ainda pela manhã os trabalhadores e trabalhadoras da Agricultura Familiar, da Fetraf Paraná, se somaram às caravanas que chegam a todo instante em Curitiba, na vigília permanente do acampamento #LulaLivre, nas proximidades da sede da Polícia Federal.
No Rio Grande do Sul, a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetrag-RS) promove mobilizações no Dia Nacional de Luta em todo o Brasil em defesa da democracia e de Lula livre.
Nessa manhã, cerca de 300 pessoas, entre elas trabalhadores ligados aos sindicatos urbanos, estudantes e agricultores familiares do Sindicato Unificado dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Sutraf), ligado à FETRAF-RS, se reuniram no km 1 da BR 153, bloqueando a rodovia que liga o Rio Grande do Sul a Santa Catarina.
Foram pelo menos três atos com a participação da Fetrag-RS. No Alto Uruguaiana, a mobilização ocorreu na ponte que liga o município de Marcelino Ramos à Concórdia; outra ação aconteceu na ponte que liga o município de Sananduva a Campos Novos (SC); e a terceira mobilização foi na ERS 406, trevo de acesso ao município de Planalto, estrada que liga a cidade de Chapecó a Santa Catarina.
No início da tarde, na cidade de Santos, em São Paulo, um protesto contra a prisão política do ex-presidente Lula reuniu centenas de pessoas na Praça Barão do Rio Branco.
Fetec-CUT/CN, com CUT Nacional e Rede Brasil Atual