A greve nacional dos bancários, que completou nove dias nesta quarta-feira 14 com a paralisação de 11.439 agências e 42 centros administrativos nos 26 estados e no DF, já é a maior desde 2004, quando a categoria retomou o processo de mobilização e de paralisações que garantiu aumentos reais de salários por 11 anos ininterruptos. Nas bases dos 12 sindicatos filiados à Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN), foram 1.327 agências paralisadas, um crescimento de 43% em relação ao primeiro dia da greve.
Em Roraima, 100% das agências estão paralisadas na capital, Boa Vista, e 90% no interior. Veja aqui nossa galeria de imagens do nono dia da greve.
“A greve cresce em todo o país à medida que aumenta a indignação dos bancários com a intransigência dos banqueiros, que tiveram um incremento de 27% em seus lucros no primeiro semestre, graças à produtividade de seus trabalhadores, e propõem apenas 5,5% de reajuste, pouco mais que a metade da inflação, além de ignorar completamente as reivindicações sobre saúde e condições de trabalho”, critica José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e integrante do Comando Nacional.
A maior greve da categoria até agora havia sido a da Campanha Nacional de 2013, quando os bancários conseguiram fechar 10.633 agências no nono dia da paralisação. A greve do ano passado durou apenas três dias, com o fechamento de 10.355 unidades no terceiro dia.
Comando Nacional faz balanço
Reunido em São Paulo nesta quarta-feira para fazer um balanço do movimento, o Comando Nacional dos Bancários, que tem a Fetec-CUT/CN como um de seus membros, reafirmou que os bancários merecem aumento real, por serem responsáveis pelos altos lucros dos bancos. "Nós continuamos mobilizados e na expectativa para que os banqueiros retomem a mesa de negociação com uma postura mais respeitosa. Enquanto isso, a greve continua ganhando força a cada dia", explicou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, um dos coordenadores do Comando.
Segundo ele, a greve de 2015 pode entrar para a história. "A resposta para a tentativa dos banqueiros de mudar o modelo de negociação que tem dado certo nos últimos anos será respondida com um modelo de paralisação diferente, estratégica", revelou.
"Nosso objetivo não é só mostrar para a categoria o desrespeito dos patrões. É também mostrar para toda a população que, apesar dos altos lucros e das taxas e dos juros exorbitantes, eles não estão preocupados com seus clientes. Exploração não tem perdão!", completou.
O nono dia da greve na base da Fetec Centro Norte:
Compare as diferenças entre o que os bancários reivindicam e o que os bancos propõem:
Fonte: Fetec-CUT/CN