A Federação dos Bancários Centro Norte (Fetec-CUT/CN) participa da mobilização no Congresso Nacional contra o PLS 555, que fragiliza as empresas públicas e facilita a privatização. A mobilização conduzida pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas começou nesta terça-feira, data inicialmente prevista para a votação do projeto, e continua nesta quarta-feira 2.
A terça-feira começou com mudanças logo cedo no Senado. O ato contra o PLS 555, previsto para acontecer às 10h no auditório Petrônio Portela, foi transferido para o da Comissão de Direitos Humanos, já que a entrada dos participantes não foi permitida no local agendado. Com isso, o senador Paulo Paim (PT-RS), que preside a comissão, interveio para que a atividade pudesse ocorrer.
Durante a manhã, integrantes de seis centrais sindicais e de dezenas de entidades que representam várias categorias na defesa das empresas públicas brasileiras falaram sobre os riscos do projeto privatista, ao lado de senadores e deputados estaduais que apoiam o movimento. Entre os parlamentares presentes no ato, além de Paim, estavam os senadores Lindberg Farias (PT-RJ), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI) e Hélio José (PMB-DF) e a deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Também foram discutidas estratégias para buscar mais adesões entre os parlamentares.
Entre os que já integram a oposição ao PLS 555 estão parlamentares do PT, PCdoB, Rede, PDT, PMB e PMDB – nesse último, o senador Roberto Requião (PR). São pouco mais de 30, de um total de 81 senadores, e é necessário ampliar as adesões. Segundo Rita, há informações de que um acordo estaria sendo tentado pelo governo, mas nada de concreto foi divulgado.
Ato em frente à sede da Caixa
A Fetec-CUT/CN também participou nesta terça-feira, junto com o Sindicato de Brasília, do ato de protesto contra o total descaso e desrespeito com que a Caixa Econômica Federal vem tratando os seus empregados, realizado em frente aos três edifícios sedes da empresa, na capital federal. A principal reclamação diz respeito à péssima gestão da presidente Mirian Belchior e sua equipe.
Além de distribuir panfletos, os diretores do Sindicato e da Fetec-CUT/CN também empregados da Caixa discursaram e conversaram com os empregados que iniciavam o dia de trabalho. “O ato de hoje é por conta de uma reestruturação que está por vir na Caixa”, explicou o diretor da Fetec-CUT/CN e da Contraf-CUT, Enilson da Silva.
"Queremos preservar as condições de trabalho, garantindo que nenhum bancário ou bancária tenha qualquer tipo de prejuízo, e insistir que a senhora Mirian Belchior, antes de fazer qualquer mudança, nos escute, porque nós, trabalhadores da Caixa, temos a expertise e a memória desta empresa”, afirmou.
Dia Nacional de Luta
Enilson observou, ainda, que o ato tem o mesmo escopo e preocupação do Dia Nacional de Luta que será realizado nesta quarta (2). “Iremos exigir da gestora da Caixa a participação de todos na construção das mudanças e, ao mesmo tempo, garantir que elas não prejudiquem os bancários.”
Para o diretor de Formação do Sindicato de Brasília, Antonio Abdan, as medidas administrativas estão estagnando a Caixa. “Estamos aqui para protestar contra esta gestão horrível a que a Caixa está submetendo seus empregados e exigir que a senhora Mirian Belchior diga o que pretende fazer. A Caixa precisa sair da inatividade, pois isso prejudica a nossa saúde, a nossa atividade, a Caixa e, também, o Brasil.”
A Caixa, segundo Abdan, nega o “Pacote de Maldades”, mas tem proibido transferências de empregados, não paga hora extra, não promove a ascensão dos empregados via concurso interno e ainda não contrata, imprimindo às unidades de ponta uma sobrecarga que adoece os empregados e tira-lhes a satisfação de trabalharem na Caixa.
Mais contratações
O protesto também serviu para cobrar as contratações pendentes do último concurso público que está suspenso. Mesmo com um grande estrangulamento no quadro de empregados, a Caixa não quer contratar os aprovados no último concurso.
Fetec-CUT/CN, com Seeb Brasília e Contraf-CUT