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5 de Julho de 2016 às 09:23

Fetec-CUT/CN participa de seminário onde mulheres criam Observatório

Evento organizado pela CUT/Brasília realizado na capital federal, teve como objetivo derrotar retrocessos e ampliar direitos. Evento teve entre expositores a senadora GleiseHoffmann, a deputada federal Erika Kokay e a ex-ministra Eleonora Menicucci


Dirigentes da Fetec-CUT/CN e do SEEB/Brasília participaram do seminário

A Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) participou do Seminário das Mulheres – Trabalhadoras em luta: Derrotar retrocessos e ampliar direitos, realizado pela CUT de Brasília nesta segunda-feira 4 de julho, que entre outros assuntos aprovou a criação de um observatório para acompanhar de perto e combater as iniciativas do governo ilegítimo e machista de Michel Temer que possam trazer prejuízos às mulheres trabalhadoras.

“É muito importante levarmos para as nossas bases e para toda a sociedade esse debate sobre o retrocesso que o governo interino está implementando. Nos últimos anos, tivemos muitas conquistas graças à nossa luta. Agora estão nos retirando direitos e temos de resistir. É obrigação de todo o movimento sindical ir pra rua fazer essa discussão e lutar para garantir nossos direitos”, afirma Cida Sousa, secretária de Mulheres da Fetec-CUT/CN.

Também participaram do seminário, pela Fetec-CUT/CN, o presidente José Avelino e as diretoras Louraci Morais dos Santos, Conceição de Maria Costa e Rejane Marques Ferreira. O encontro atraiu uma centena de mulheres e teve entre as palestrantes a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e a ex-ministra da Secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.

 

‘Somos 52% da população e mães dos restantes’

“O Seminário Mulheres Trabalhadoras em Luta foi muito importante para termos uma estimativa dos prejuízos sofridos com a instauração desse governo ilegítimo. Do encontro, tiramos como encaminhamento a instituição de um observatório que acompanhará de perto todas as mudanças que afetam a mulher trabalhadora, a mulher mãe de família, a mulher cidadã. Em posse dessas informações, poderemos alimentar nossa resistência e fortalecer a luta contra o governo golpista e outras medidas nefastas que virão contra nossos direitos e conquistas”, avalia Sônia de Queiroz, secretária de Mulheres Trabalhadoras da CUT Brasília.

Esta foi a  quinta edição dos encontros do Ciclo Resistir Sempre, Temer Jamais promovido pela CUT Brasília para fortalecer o debate e instrumentalizar os dirigentes dos mais de cem sindicatos filiados a ampliar o debate nas bases e organizar a contraposição ao golpe de Estado em curso no país.

Devido aos cortes nos benefícios e nos programas sociais inclusivos, o público feminino é o mais prejudicado em todas as esferas, “afinal, somos 52% da população e mães do restante”, lembra a ex-ministra Eleonora Menicucci. Ela salienta que na falta da escola ou da creche para o filho, é a mãe quem padece. Da mesma forma, quando não tem o emprego para o marido ou quando ela mesma não consegue uma colocação no mercado de trabalho. Eleonora considera que as mulheres brasileiras foram protagonistas na luta contra a instauração do golpe e ainda agora, na resistência a ele.

 

Mulheres são as principais vítimas da recessão

Para a deputada Érika Kokay, com o sucateamento dos direitos e o cerceamento das conquistas, as mulheres, mães de família e trabalhadoras, são as que mais sofrem com as mudanças sexistas que estão sendo instauradas pelo presidente interino, apoiado por um Congresso pleno de fundamentalismo religioso, machista, institucional e punitivo. “As mulheres são as primeiras e as maiores vítimas de todo regime de recessão, de toda ruptura democrática e de toda ameaça de direitos”, lamenta a deputada. “Nossas conquistas foram tecidas com muita dor, com muita resistência e coragem, e agora estão sendo ameaçadas por esses segmentos fascistas, fundamentalistas, que estão cobrando a conta do governo golpista”.

Além do debate ideológico, o seminário trouxe um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), sobre a expressão feminina na sociedade, o crescimento de sua representação econômica, social e política nos últimos anos, e como essa camada ainda sofre em relação à discriminação salarial, desigualdade de oportunidades, o sexismo e o cerceamento das políticas públicas.

 

Veja aqui o estudo sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho.

 

Fiorella Machiavello, técnica do Dieese, contudo, acentuou que “houve conquistas tímidas, mas significativas, ao longo das últimas décadas, que diminuíram as desigualdades sociais e que não podem retroceder”. “Por isso, precisamos continuar através do reforço e da ampliação das políticas públicas de inserção e valorização das mulheres”, acrescentou.

 

Combater a violência contra a mulher

Outra questão levantada e amplamente debatida foi a preparação dos sindicatos para o acolhimento à mulher. Mara Feltes, secretária-adjunta nacional da Secretaria de Mulheres Trabalhadoras da CUT, trouxe a discussão “para dentro de casa”. “Não adiantada exigir paridade ou cotas, quando as entidades sindicais ainda estão despreparadas para acolher as companheiras. Imagine uma mulher que passe o final de semana apanhando do marido, lidando com um homem bêbado que maltrate seus filhos e mesmo assim, na segunda, precise apresentar-se para trabalhar. Como lidamos com essa situação?”, questiona a sindicalista. “Precisamos amadurecer esse debate e descaracterizar as entidades como espaços masculinos”, defende.

A senadora Gleisi Hoffmann, alertou quanto ao desmonte dos direitos do povo brasileiro e da necessidade da resistência. “O momento é de organizar nossas mulheres e resistir, pois estamos sofrendo um atentado aos direitos e nós somos sempre as primeiras atingidas num desmonte de um estado de bem estar social, por isso é muito importante resistirmos e não deixarmos esse golpe avançar”.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN, com CUT Brasília


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