A Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e os 12 sindicatos filiados assinaram nesta quinta-feira 13 em São Paulo, junto com as entidades sindicais de todo o país, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2016/2018 com a Fenaban e os acordos aditivos específicos com a Caixa Econômica Federal e com o Banco do Brasil, como resultado da maior e mais longa greve nacional da categoria em pelo menos 25 anos.
Os acordos específicos com o Banco da Amazônia e com o BRB serão assinados nesta sexta-feira 14, respectivamente em Belém e Brasília. Com o BNB a assinatura do acordo está marcada para a terça-feira 18 e com o Banpará na quarta-feira 19.
Nesta quinta, o BNB também assinou Termo de Ajuste Preliminar ao Acordo Coletivo do BNB com o Comando Nacional, em São Paulo, para garantir o pagamento do abono de R$ 3.500 e das diferenças salariais ainda nesta sexta-feira 14.
O Banpará e o Banco da Amazônia já pagaram a PLR e o abono de R$ 3.500.
Conquista da mobilização
“Essa campanha nacional dos bancários foi muito difícil e só teve êxito porque os bancários, independente de serem de bancos públicos ou privados, mostraram sua unidade e sua força de mobilização, fazendo uma greve histórica. Particularmente na nossa região, a Centro Norte, onde estão as sedes de dois bancos públicos federais e dois estaduais, estivemos muito unidos e fizemos a maior paralisação da nossa história“, afirmou José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e integrante do Comando Nacional dos Bancários, logo após assinar os documentos, em cerimônia realizada no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.
“Os bancários entraram unidos na greve e saíram dela mais unificados ainda. É essa a grande força dos bancários, que mais uma vez demonstraram que só a luta garante conquistas”, acrescentou Avelino.
Banco do Brasil deposita PLR e abono
O Comando Nacional cobrou da direção do BB na mesa de assinatura do acordo o pagamento da antecipação da PLR (o mesmo modelo semestral do ano passado) e do abono de R$ 3.500 ainda nesta quinta-feira 13. O banco disse que fará todos os esforços para antecipar o pagamento o máximo que puder. As diferenças dos salários e verbas retroativas a 1º de setembro serão pagas até a quinta-feira 20. E os auxílios até o final do mês.
Rafael Zanon, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil e diretor do Sindicato de Brasília, disse após a assinatura do acordo aditivo que “A categoria bancária mais uma vez deu uma demonstração da força da sua mobilização e unidade nacional. Foi a greve muito forte de 31 dias em todos os Estados, mesmo numa conjuntura muito difícil, que quebrou a intransigência dos bancos, que queriam impor um acordo rebaixado. E ainda garantimos todas as conquistas do ano passado”.
Mesmo com o êxito da Campanha Nacional 2016 e com o acordo válido por dois anos, Zanon avalia que será necessário os bancários continuem mobilizados: “A assinatura dos acordos não encerra nossa luta. Além do embate permanente pelas nossas questões específicas, temos o grande desafio de manter a mobilização e a unidade para resistir aos ataques que se prenunciam tanto contra o funcionalismo do Banco do Brasil como contra a classe trabalhadora que estão na agenda do governo federal e do Congresso Nacional”.
Caixa paga no dia 20
A Caixa Econômica Federal depositará a PLR, o abono e as diferenças salariais na quinta-feira 20.
“Foi uma greve longa e cansativa, que fez com que as negociações avançassem, porque no começo os bancos vieram com uma posição muito ruim, querendo retirar direitos conquistados com muita luta. Foi a força da mobilização da categoria que conquistou os avanços”, avaliou Wandeir Severo, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão Executiva dos Empregados (CEE), após a assinatura do acordo aditivo.
“Importante ressaltar também que a PEC 241 já aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados impede que os trabalhadores de empresas públicas tenham aumento real de salário e isso já conseguimos para 2017 com o acordo válido por dois anos”, acrescentou Wandeir. “Por isso foi uma greve histórica. E agora teremos mais tempo para mobilizar os empregados por temas importantes como saúde, condições de trabalho e segurança.”
Itaú, Bradesco, Santander e HSBC
Pelos Convenção Coletiva, os bancos privados têm até o dia 24 para depositar o adiantamento da PLR e do abono.
Os bancários do Itaú também terão direito à PCR (Participação Complementar de Resultado), como garante o acordo bianual assinado em 2013.
Os funcionários do HSBC receberão a mesma PLR do Bradesco.
Bancários injetarão R$ 12,2 bi na economia
Somando a PLR, o reajuste de 8% nos salários, de 15% na cesta-alimentação e 10% mais o abono de R$ 3.500, os bancários injetarão na economia uma soma extra de cerca de R$ 12,2 bilhões nos próximos 12 meses, segundo avaliação do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecomômicos).
Os valores são assim distribuídos:
• R$ 5,8 bilhões com o reajuste de 8% nos salários mais o abono.
• R$ 5,5 bilhões com a PLR.
• R$ 877 milhões com o reajuste acima da inflação no auxílio-refeição e na cesta-alimentação.
˃ Veja as principais cláusulas e aqui a íntegra da Convenção Coletiva de 2016/2018 e da PLR assinada com a Fenaban.
> confira as propostas específicas do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do BNB, do BRB, do Banpará e do Banco da Amazônia.
Fonte: Fetec-CUT/CN com SEEB/São Paulo