A Fenaban apresentou nesta quarta-feira 5 de outubro, 30º dia da maior greve da categoria em pelo menos duas décadas e meia, uma nova proposta ao Comando Nacional dos Bancários com validade para dois anos.
Para 2016, reajuste de 8% mais abono de R$ 3.500, 15% na cesta-alimentação e 10% no vale-refeição e no auxílio creche-babá e licença-paternidade de 20 dias. E para 2017, reajuste pelo INPC mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas.
Revendo sua posição inicial desta quarta-feira diante da reivindicação do Comando, a Fenaban também aceitou abonar todos os dias parados, desde que a proposta seja aprovada nas assembleias desta quinta-feira 6 e os bancários retornem ao trabalho na sexta.
Diante desses avanços, o Comando Nacional orienta os sindicatos a realizarem assembleias nesta quinta-feira 6 em todo o país e a defenderem a proposta da Fenaban. O Comando também orienta a aprovação dos acordos específicos com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNB.
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“Foi a força e a grande mobilização dos bancários, que mesmo enfrentando uma conjuntura difícil e adversa, conseguiram fazer a maior greve dos últimos 25 anos, que forçou os banqueiros a aumentarem a proposta na mesa de negociação. A categoria mais uma vez deu um exemplo de sua capacidade de luta e de unidade nacional”, afirma José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e integrante do Comando Nacional dos Bancários.
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No 30º dia da paralisação, nesta quarta-feira 5, segundo levantamento da Contraf-CUT, 13.123 agências e 43 centros administrativos foram fechados, o que representa 55% dos locais de trabalho em todo o país. As 12 bases sindicais da Fetec-CUT/CN fizeram este ano a maior greve de sua história, com fechamento de 1.907 agências nesta quarta.
‘Luta desigual’
“A primeira proposta de Fenaban que reajustava nossos salários em 6,5% foi apresentada no dia 29 de agosto, em plena efervescência política do processo de impeachment, que aconteceria dois dias depois. Iniciamos nossa greve com um novo governo, que estabeleceu medidas e ajustes que prejudicaram as nossas reivindicações. Os banqueiros insistiram em um modelo aplicado nos anos 90 na Era FHC de reajustar salários abaixo da inflação e conceder abono para compensar a diferença”, ressalta Roberto von Osten, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
E acrescenta: “O debate de um modelo diferente, que garantisse que aquela velha fórmula não voltaria em 2017 apareceu no cenário e foi considerado importante pelo Comando. A presença dos bancos públicos na CCT de 2017 e a garantia de reajuste acima da inflação para todos era fundamental. Debatido com os bancos, foi garantido pela unidade nacional, pela nossa mobilização e pela forte greve”.
“Foi uma luta desigual onde os bancos utilizaram todo o seu arsenal: a mídia, as associações comerciais, o judiciário, os interditos, as ameaças, a boataria e os constrangimentos. Nada disso derrotou a nossa greve da qual nos orgulhamos muito, Queremos sair dela com a nossa dignidade intacta e com o sentimento de que fizemos o nosso melhor. A luta nos garantiu”, reforça Roberto von der Osten.
A proposta dos bancos
˃ Reajuste de 8% e abono de R$ 3.500,00 em 2016.
˃ Reposição integral da inflação (INPC/IBGE) mais 1% de aumento real em 2017 para os salários e todas as verbas.
PLR 2016
˃ PLR regra básica: 90% do salário mais R$ 2.183,53 limitado a R$ 11.713,59. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.769,88
˃ PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.367,07.
˃ Antecipação da PLR: Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Regra básica: 54% do salário reajustado em setembro de 2016, mais fixo de R$ 1.310,12, limitado a R$ 7.028,15 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.183,53.
PLR 2017
˃ Para PLR e antecipação da PLR continuam as mesmas regras, com reajustes dos valores fixos e limites pelo INPC/IBGE de setembro/2016 a agosto/2017, acrescido de aumento real de 1%, com data de pagamento de pagamento final até 01/03/2018.
Pisos 2016
˃ Piso portaria após 90 dias: R$ 1.487,83.
˃ Piso escritório após 90 dias: R$ 2.134,19.
˃ Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.883,01 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
Vales e Auxílios 2016
˃ Auxílio-refeição (reajuste de 10%): R$ 32,60.
˃ Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta (reajuste de 15%): R$ 565,28.
˃ Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 434,17 (reajuste de 10%).
˃ Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 371,43 (reajuste de 10%).
˃ Gratificação de compensador de cheques: R$ 165,65.
˃ Requalificação profissional: R$ 1.457,68.
˃ Auxílio-funeral: R$ 978,08.
˃ Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 145.851,00.
˃ Ajuda deslocamento noturno: R$ 102,09.
˃ Vale-Cultura, valor de R$50,00, mantido até 31/12/16.
2017 - Os valores vigentes em 31/08/2017 serão reajustados pelo INPC/IBGE de setembro/2016 a agosto/2017, acrescido de aumento real de 1%.
Fonte: Fetec-CUT/CN com Contraf-CUT