Em meio à maior crise sanitária do último século, enfrentando ataques do governo e do capital contra seus direitos e suas organizações de classe, com desemprego recorde e aumento da precarização, os trabalhadores brasileiros realizam neste sábado o 1º de Maio Pela Vida, Democracia, Emprego, Vacina para todos e pelo Auxílio Emergencial de R$ 600, enquanto durar a pandemia. Será um ato unitário em formato de live, neste sábado, a partir das 14h. É organizado pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Intersindical, Pública e CGTB em homenagem ao Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora. E terá transmissão da Rede TVT – a TV do Trabalhador - e redes sociais e Youtube das centrais sindicais e suas entidades.
“Nós bancários estaremos juntos com todas as categorias para defender nossas bandeiras e lembrar as lutas e conquistas da classe trabalhadora através da história, obtidas com muita mobilização, suor, lágrimas e sangue”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).
O 1º de Maio foi instituído como Dia do Trabalhador em 1891, pela II Internacional Socialista, em homenagem aos líderes operários mortos e presos na greve operária iniciada no dia 1º de maio de maio de 1886 na cidade de Chicago (EUA). A principal bandeira dos trabalhadores era redução da jornada de trabalho, que chegava a 16 horas por dia nas fábricas, sem direito a descanso remunerado, a férias, aposentadoria, seguro acidente ou seguro doença.
“É urgente uma união da classe trabalhadora para enfrentarmos a maior calamidade da história de nosso país. A pandemia atinge principalmente a população mais pobre, vítima desse governo nefasto. No dia da classe trabalhadora, é importante essa união das centrais sindicais e de todas as forças que lutam pela democracia. Queremos defender a vida, um auxílio emergencial decente e emprego. Não queremos um governo que ataca os bancos públicos e quer destruir a Caixa e o Banco do Brasil. Isso só é possível com o Fora Bolsonaro”, declarou a presidenta Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
Retomar o caminho da democracia
Este é o terceiro 1º de Maio unitário realizado pelas centrais sindicais e o segundo consecutivo em formato virtual, em respeito ao isolamento exigido pela pandemia do novo coronavírus. Não é momento de aglomerações, mas sim de preservar vidas. O Brasil já ultrapassa as 400 mortes por Covid-19, mas vacinou menos de 31 milhões de brasileiros e brasileiras até agora, menos de 15% da população).
“É muito importante que o movimento sindical brasileiro, dê exemplo, mostre para o Brasil e para o mundo que, principalmente diante da tragédia da pandemia e de um governo federal autoritário e genocida, nós superamos problemas, deixamos de lado as nossas diferenças, para defender a vida, a democracia, empregos, vacina, auxílio emergencial de R$ 600", afirma o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
E complementa: "Não há tarefa mais importante à classe trabalhadora do que derrotar Bolsonaro, porque temos de fazer o Brasil retomar o caminho da democracia, do crescimento, do emprego de qualidade, dos direitos, das liberdades. Essa é uma pauta comum ao movimento sindical”.
Reflexão
A live do 1º de Maio Unitário das Centrais deste ano terá formato diferente do de 2020 (que já foi inédito à época) e duração menor. No ano passado, foram quase seis horas de ato virtual. Neste, a previsão é de três horas de duração. Total de 18 dirigentes – os nove presidentes mais nove mulheres dirigentes – falarão pelas centrais ao longo da transmissão.
Os ex-presidentes da República petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, participarão do ato. Também estarão na live Guilherme Boulos (PSOL), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), Manuela D’Ávilla (PC do B), Alessandro Molon (PSB), Aristides dos Santos, presidente da Contag, Iago Campos, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST e da Frente Brasil Popular, além de parlamentares e lideranças partidárias, que são contra o negacionismo e apoiam a luta das centrais pela vacina e auxílio emergencial de R$ 600. Ciro Gomes e FHC participarão. Dezenove entidades sindicais internacionais, como FSM, CSI e CSA, e nacionais, como a CNBB, enviaram mensagens.
A live do 1º de Maio unitário das centrais sindicais também exibirá vídeo de balanço de suas ações, no qual mostra que foram ao Congresso Nacional, governos estaduais dialogar e propor caminhos para o enfrento à pandemia e saídas para à economia e crise sanitária instalada desde o início da pandemia.
Arte na luta
Os presidentes das centrais discursarão na live a partir de um estúdio. O programa será ancorado pela cantora, compositora e apresentadora Ellen Oléria, que comanda o Estação Plural, na TV Brasil. Também no estúdio, a atriz, cantora e multi-instrumentista paraibana Lucy Alves fará a apresentação artística que encerrará o ato do 1º de Maio Unitário das Centrais Sindicais. Todos os protocolos sanitários serão seguidos.
As falas políticas serão intercaladas por apresentações e depoimentos de artistas sobre o tema deste ano 1º de Maio - Vida, Democracia, Emprego, Vacina para Todos e Auxílio Emergencial de R$ 600,00 até o fim da pandemia. Nacional e diverso, o ato terá do youtuber Spartacus ao professor e filósofo Silvio Almeida e a atleta Joanna Maranhão.
Se apresentarão no 1º de Maio Unitário das Centrais Sindicais, cantando ou com depoimentos Chico Buarque, Elza Soares, Chico César, Tereza Cristina, Delacruz, Johnny Hooker, Marcelo Jeneci, Odair José, Aíla, Renegado, Bia Ferreira, Doralyce; Osmar Prado, Gregório Duvivier, Spartakus, Lirinha, Tereza Seibilitz, Elen Oleria, Paulo Betti.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com CUT Nacional e Contraf-CUT