O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta terça-feira (20) em São Paulo, na sede da Confederação Nacional dos Bancários (Contraf-CUT), para debater e definir o modelo do programa e o calendário das Conferências e Encontros Estaduais, Regionais e Nacional dos Bancários.

Para contribuir com o debate, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez uma apresentação sobre os impactos da nova lei trabalhista (Lei 13.467/2016) à CCT dos bancários e ao acordo específico da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). “Também apresentamos pontos que podem ser alterados pela MP 808/2017, mas ela sequer foi votada e o prazo para aprovação acaba em breve”, disse a economista do Dieese Vivian Rodrigues. Segundo o Dieese, 61% da CCT dos Bancários é afetada pela nova lei trabalhista.

"Após análise da apresentação do Dieese sobre os impactos da reforma trabalhista na CCT, o Comando fez debate e definiu a estratégia da campanha e o calendário das conferências regionais, com participação e debates nos sindicatos e federações, preparando a categoria para para o enfrentamento aos ataques que os bancários vêm sofrendo no último ano e cada vez mais ppor parte do capital financeiro, que tem levado a uma exploração acentuada da categoria", afirma Cleiton Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), que integra o Comando Nacional.

“A ideia é fazermos um grande debate nas conferências sobre a minuta de reivindicações da categoria e a Convenção Coletiva de Trabalho e os impactos da reforma trabalhista sobre elas”, afirmou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários. Ele explicou que a definição do calendário na reunião do Comando Nacional é importante para evitar sobreposição de datas e facilitar a assessoria e presença de técnicos e membros do Comando.

Bancos públicos

"O Comando também discutiu a situação dos bancos públicos, que vêm sofrendo ataques do governo com vistas a futura privatizações", acrescenta Cleiton, citando o caso do Banco do Brasil, que "cada vez mais tem se tornando o banco de cada um, como naquela propaganda antiga. Está fazendo reestruturações que sequer a direção sabe o que está acontecendo. É um momento preocupante. Sendo um banco público, Queremos levar essa discussão para a sociedade, para que ela saiba que é necessário defender as instituições financeiras públicas do país".

O calendário 

Contribuição sindical

O advogado Jefferson Oliveira, assessor jurídico da Contraf-CUT, informou que uma Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), publicada na sexta-feira (16), define que são válidas as decisões de assembleias autorizando o desconto em folha da contribuição sindical anual, correspondente a um dia de trabalho do salário de todos os trabalhadores da respectiva categoria e os bancos são obrigados a efetuar o desconto em folha de todos os empregados.

Marielle

Outro ponto debatido foi a gravidade do momento político brasileiro, em que lideranças sociais e sindicais têm sido alvo de ataques e execução em vários locais do país, por milícias e pistoleiros, como o caso recente da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro. "O Comando decidiu emitir uma nota de repúdio para denunciar à sociedade essa violência para que ela perceba os riscos que a democracia no país está ocorrendo", conclui o presidente da Fetec-CUT/CN.