São Paulo - O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta quinta-feira (27) na sede da Contraf-CUT para avaliar a Campanha Nacional 2016, para definir o calendário de atividades até o final do ano e em 2017 e também definir a participação da categoria bancária no Dia Nacional de Greve e Paralisações, que está sendo convocado pelas centrais sindicais para o dia 11 de novembro.
Os representantes de 24 entidades sindicais, dez federações de trabalhadores do ramo financeiro e quatro comissões de empresas (BB, Caixa, Basa e BNB) e da Contraf-CUT, que compõem o Comando Nacional, avaliaram que a campanha teve uma boa condução em todo o seu processo, com greve de 31 dias, a maior da história recente da categoria.
Segundo a avaliação do Comando, houve agilidade nas informações sobre as negociações e intensificação da capacidade de mobilização, mesmo diante de um ambiente político e econômico muito adverso, em meio a um golpe de estado e a uma profunda recessão, intransigência dos banqueiros e dos ataques por parte da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB contra a organização dos trabalhadores.
A celebração da Convenção Coletiva de Trabalho – CCT com vigência estabelecida em dois anos, já praticada por outras categorias de trabalhadores, mesmo que inicialmente tenha causado estranhezas na interpretação do conceito, foi considerada pelo Comando Nacional dos Bancários como importante neste difícil momento, repleto de inseguranças aos trabalhadores. Frente às ameaças contidas nas pautas do Governo Federal e do Congresso Nacional, a CCT vigente por dois anos configura-se como uma salvaguarda na manutenção das conquistas dos bancários e aumento real em 2017.
“Foi uma reunião muito importante, debatemos a estratégia de manutenção da mobilização e da unidade frente a novidade do Acordo Coletivo de dois anos. Definimos linhas gerais de funcionamento das comissões e grupos de trabalho que vão tratar dos temas de Saúde e Condições de trabalho, Igualdade de Oportunidades e Segurança, que são tão importantes quanto a remuneração” afirma Roberto von der Osten.
Sobre o dia de greve e paralisações convocado pelas centrais para o dia 11 de novembro, o Comando Nacional orienta os sindicatos a participar das atividades em suas bases e a Contraf-CUT vai produzir material para ser distribuído: “Vamos denunciar a retirada dos direitos dos trabalhadores e o ataque às liberdades democráticas, repudiar a PEC 241, nos posicionar contra a reforma da Previdência Social, em defesa do emprego e do Pré-Sal. Vamos também abordar questões específicas que atingem os bancários” afirmou Roberto.
Vale-Cultura
Durante a reunião debateu-se, também, a vigência da Lei do Vale-Cultura, que, caso não seja reeditada, terá seu prazo final em dezembro de 2016. Os bancos já anunciam a vinculação da concessão do benefício atrelada aos incentivos fiscais previstos na legislação. O Comando Nacional dos Bancários definiu por fazer gestões organizadas junto ao Ministério da Cultura, segmentos sociais que debatem a Cultura e parlamentares para inclusão no Orçamento da União de 2017.
Calendário
O calendário prévio, indicado pelo Comando Nacional dos Bancários para o ano de 2017 prevê, dentre outras agendas, a realização de encontros nacionais organizativos dos bancários em bancos privados e em financeiras, bem como os congressos nacionais e regionais dos funcionários de bancos públicos.
No mês de julho de 2017, ocorrerão os Encontros Estaduais e/ou Regionais de Bancos Privados, Encontros/Congressos Estaduais e/ou Regionais de Bancos Públicos e as Conferências Estadual e/ou Regionais.
Já em agosto ocorrem os Encontros Nacionais de Bancos Privados, Encontros/Congressos Nacionais de Bancos Públicos e a 19ª Conferência Nacional dos Bancários.
O Comando Nacional dos Bancários também debateu e estabeleceu cronograma inicial para o acompanhamento dos vários temas constantes da CCT 2016/2018, dentre elas as Mesas Temáticas Bipartites de Saúde e Condições no Trabalho, Segurança Bancária e Igualdade de Oportunidades. O Comando Nacional dos Bancários acompanhará, junto com as Comissões de Organização de Empresa (COEs), o andamento dos debates sobre a prevenção ao assédio moral e do retorno ao trabalho em caso de doenças ocupacionais.
As datas exatas serão definidas na próxima reunião do Comando Nacional dos Bancários.