Os bancos que operam no país fecharam 17.905 postos de trabalho em 2017, dos quais 6.995 somente na Caixa Econômica Federal, segundo a Pesquisa de Emprego Bancário realizada pela Contraf-CUT e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Socioeconômicos (Dieese). Desse total, 1.851 empregos foram eliminados na região Centro Norte, onde apenas o estado do Acre terminou dezembro com número maior de bancários do que no início do ano.

A pesquisa, feita com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra também que os bancos mantêm a política de rotatividade como mecanismo para reduzir a folha de pagamento e que persiste a discriminação entre homens e mulheres – as bancárias têm salário médio inferior aos homens tanto na contratação quanto no desligamento. 

A remuneração média dos bancários desligados é 55,5% maior do que a dos admitidos. E as mulheres são contratadas pelos bancos ganhando apenas 71,9% da remuneração média dos homens. E saem com remuneração equivalente a 76,9% do salário masculino. 

“Os novos dados reforçam a necessidade de estabelecermos entre as prioridades da campanha nacional deste ano a luta pela preservação do emprego e pela igualdade de oportunidades, além da defesa dos bancos públicos. Embora o fechamento de postos de trabalho na Caixa deva-se principalmente aos planos de demissão voluntária, esse enxugamento obviamente faz parte da política do governo de enfraquecer e desmontar os bancos públicos”, denuncia Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

Por ser baseada no Caged, que separa o sistema financeiro por categoria de bancos (múltiplos com ou sem carteira comercial, por exemplo), a pesquisa Contraf-CUT/Dieese não permite identificar o corte de empregos por instituição financeira, exceto na Caixa, que é a única empresa de sua categoria.

Veja aqui a pesquisa completa.

(Atualizada às 9h42)

Fonte: Fetec-CUT/CN, com informações da Contraf-CUT