Em resposta à nova proposta indecente apresentada pela Fenaban na quarta-feira, que mantém os 7% de reajuste mais abono de R$ 3.500 e estende o rebaixamento salarial também para 2017, os bancários mantiveram a força da greve nacional nesta quinta-feira 30, vigésimo-quarto dia da paralisação, fechando 13.246 agências e 29 centros administrativos em todo o país. Nas 12 bases sindicais da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN), a greve bateu um recorde histórico nesta quinta, paralisando 1.907 agências.
Pelo levantamento da Contraf-CUT, 56% das unidades bancárias de todo o país estão fechadas.
Na décima rodada de negociação realizada com o Comando Nacional dos Bancários nesta quarta-feira 28 em São Paulo, a Fenaban propôs um acordo para dois anos, com reajuste de 7% e abono de R$ 3.500 em 2006 e inflação mais 0,5% de aumento de real em 2017. Os vales e auxílios seriam corrigidos pelos mesmos índices.
O Comando, integrado pela Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), rejeitou a proposta na própria mesa de negociação e orientou os sindicatos a realizarem assembleias na segunda-feira 3 de outubro, para avaliar a paralisação e discutir formas de ampliar a greve.
Para José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e integrante do Comando Nacional, a nova proposta dos banqueiros é um golpe contra os bancários porque, além de reajustar o salário 2,62 pontos percentuais abaixo da inflação em 2016, mesmo com o 0,5% de aumento real em 2017 a categoria entraria em 2018 com uma perda de 2,12%, mais a inflação.
“Por isso vamos todos à assembleia de segunda-feira pra compartilhar nossas avaliações, melhorar a organização da greve nacional e aumentar a pressão sobre os banqueiros para que apresentem uma nova proposta que contemple as reivindicações da categoria por aumento real de salário, preservação do emprego, mais saúde e melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades”, afirma Avelino.
> Veja aqui a galeria de imagens do 24º dia da greve nos sindicatos da Federação Centro Norte e confira ao lado como foi o índice de paralisação.
As principais reivindicações dos bancários
˃ Reajuste salarial de 14,78%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação.
˃ PLR de três salários mais R$ 8.317,90 fixos para todos.
˃ Piso salarial de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
˃ Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
˃ Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
˃ Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
˃ Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
˃ Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
˃ Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
˃ Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Fetec-CUT/CN