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31 de Janeiro de 2018 às 12:00

Bancários fazem protestos em todo o país contra violações e ataques do banco Santander

Paralisações e manifestações contra o banco espanhol são realizadas também em todas as bases da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN)


Direção do Sindicato de Mato Grosso conversa com bancários em agência do Santander paralisada em Cuiabá

(Atualizado dia 1/2, às 9h02)

Os bancários do Santander fecharam agências e participaram de manifestações em toda a região Centro Norte nesta quarta-feira 31, aderindo ao protesto nacional contra uma série de medidas adotadas pelo banco espanhol contra os trabalhadores, entre elas a imposição de acordos individuais com base nas novas regras da reforma trabalhista do governo ilegítimo, que violam tanto a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria quanto o acordo aditivo específico do Santander.

A jornada nacional de protesto é realizada um dia depois de o banco espanhol divulgar o lucro líquido de 2017, que alcançou R$ 9,95 bilhões em 2017, uma alta de 35,6% em relação ao ano anterior e representa o maior resultado já apresentado pelo Santander desde que chegou ao Brasil, em 1982, e que se tornou um dos maiores bancos em atividades no país desde que comprou o Banco Geral do Comércio em 1997, mas principalmente o Banespa e o Meridional, em 2000, e posteriormente o holandês ABN Amro, em 2007.

“O Santander obtém mais de um quarto do seu lucro mundial no Brasil, mas não respeita seus trabalhadores e nem o país. Além de violar a Convenção Coletiva, está fechando agências e demitindo bancários em todas as regiões”, critica Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN). Confira aqui o balanço mundial do Santander.

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Em razão desses ataques, o Santander já havia sido alvo de protestos no dia 20 de dezembro. “Depois dos protestos do dia 20, enviamos um ofício ao banco solicitando negociações, mas sequer obtivemos resposta. Por isso, estamos novamente nas ruas protestando contra as medidas arbitrárias que retiram direitos da categoria e contra o desrespeito do banco pelos trabalhadores”, diz Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

O banco implantou um sistema para forçar a assinatura em um Acordo Individual de Banco de Horas Semestral. “Essa medida é inconstitucional e, além disso, mostra o total desrespeito do banco espanhol para com os trabalhadores e seus representantes sindicais”, afirma Mario Raia, secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do banco espanhol.

Antes dos protestos, os trabalhadores já haviam se reunido com o banco para questionar a arbitrariedade do banco e solicitarem a suspensão do sistema até que houvesse negociação sobre a implantação da medida. O banco manteve a intransigência e disse que não haveria negociações.

Outras arbitrariedades

Também sem nenhuma negociação, o banco informou a alteração do dia de pagamento dos salários, do dia 20 para o dia 30, e os meses de pagamento do 13º salário, antes março e novembro, agora passam a ser maio e dezembro. “O desrespeito aos trabalhadores e à sua organização é uma prática antissindical que o banco tenta aplicar repetidamente”, disse Mario Raia.

Os trabalhadores também sofrem com os aumentos abusivos do plano de saúde, que tem causado dificuldades para muitos deles bancarem os custos. Outro problema constante no banco é o grande número de demissões. Nos últimos dias, o banco dispensou 200 funcionários. “Não bastasse tudo isso, o banco já informou que vai aplicar o parcelamento das férias. Que ninguém se iluda que esse parcelamento será negociado. Como podemos ver, negociação não é uma característica do banco”, completa o dirigente da Contraf-CUT.

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Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT


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