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2 de Julho de 2017 às 16:49

Bancários do BB e da Caixa aprovam reivindicações da Campanha Nacional 2017

Entre as principais bandeiras estão a defesa dos bancos públicos e mais contratações, o combate às reestruturações e às reformas trabalhista e previdenciária e a campanha pelo Fora Temer e diretas já


(Atualizado às 19h02)

Os congressos nacionais dos funcionários do Banco do Brasil e dos empregados da Caixa Econômica Federal foram encerrados neste domingo 2 de julho, em São Paulo, com a definição das pautas específicas de reivindicações e das estratégias da Campanha Nacional 2017 nas duas instituições, que têm como bandeiras centrais a defesa do caráter público dos dois bancos, o combate às reestruturações em andamento que ameaçam o futuro das duas empresas e a luta por mais contratações. Os delegados dos dois congressos também decidiram ampliar a campanha contra as reformas antitrabalhistas do governo e encampar a campanha por Fora Temer e por eleições diretas já.

“Os congressos dos trabalhadores dos dois mais importantes bancos públicos federais foram muito importantes e com certeza contribuirão para nortear e fortalecer a luta de toda a categoria bancária e da classe trabalhadora nessa conjuntura difícil que atravessamos, com os ataques do capital e do governo ilegítimo de Michel Temer contra nossos direitos e conquistas”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

Ampliar as mobilizações

“Vivemos um momento de resistência para garantir direitos e impedir retrocessos. Decidimos que vamos intensificar a luta em defesa dos bancos públicos, contra privatização, contra a reestruturação do BB e contra a terceirização e mais contratações, além de ampliar as mobilizações contra as reformas trabalhista e previdenciária, principalmente a trabalhista, que é a mais urgente”, diz Rafael Zanon, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

“Também aprovamos defender a Cassi e a Previ, principalmente contra os ataques que podem vir do PLP 268, projeto de lei que altera a governança e enfraquece a representação dos representantes eleitos nos planos de previdência complementar”, acrescenta Zanon.

“Encerramos o Conecef com uma série de resoluções de enfrentamento da atual conjuntura, principalmente em defesa dos bancos públicos fortes e de qualidade, tanto do BB quanto da Caixa. Boa parte dos congressos foi conjunta devido justamente a essa conjuntura atual, que vai nos obrigar a resistir. Agora precisamos organizar toda a categoria baseado nessas pautas para enfrentar a tentativa que vêm do Estado e do sistema financeiro privado de nos derrotar. Mas os trabalhadores da Caixa saberão resistir a esses ataques, como já fizeram em outros momentos difíceis”, declara Wandeir Severo, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.

No sábado, antes da abertura oficial conjunta dos dois congressos, realizados no Hotel Holliday Inn, foi lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, que contou com a participação do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), presidente da Frente.

Congressos com paridade de gênero

Esse foi o 28º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB) e o 33° Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef). Ambos pela primeira vez foram realizados com paridade de gênero nas delegações eleitas nos congressos e encontros estaduais e regionais. Participaram 160 delegados e 149 delegadas do Congresso do BB e 165 homens e 151 mulheres no Congresso da Caixa. A diferença se deve ao número maior de homens em relação às mulheres entre os delegados natos aos congressos.

“Essa é uma importante conquista, principalmente das mulheres bancárias, que enriquece o debate e pretendemos estender a todos os fóruns da categoria e da classe trabalhadora”, comemora Mariana Coelho, diretora do Sindicato de Brasília.

As propostas aprovadas neste domingo foram levadas ao plenário depois de discutidas nas reuniões de grupo, realizadas no sábado. Veja como foram as discussões.

Este ano, em decorrência do acordo de dois anos realizado em 2016, que garantiu aumento real dos salários, vales e PLR de 1% (IPCA + 1%), as propostas são apenas sobre os temas tratados na mesa de negociação permanente e de organização e luta contra o processo de reestruturação (desmonte) do banco.


Nenhum direito a menos

A defesa da Caixa 100% pública e o fortalecimento do papel social do banco marcaram as discussões do 33° Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) deste ano, que teve como lema “Resistência e Luta! Em defesa da Caixa e por Nenhum Direito a Menos!”. 

A mobilização é para que a Caixa permaneça 100% pública e que se mantenha e se fortaleça como banco social, continuando a atuar como grande responsável por políticas públicas de transferência de renda e de habitação e moradia.

Funcef

No documento aprovado durante o Conecef, os delegados e as delegadas deliberaram pela aprovação da campanha da Fenae "Contencioso: essa dívida é da Caixa", lançada no dia 7 de junho deste ano, que tem como primeiro objetivo chamar a atenção do empregado sobre os riscos que corre a Funcef, caso a Caixa não salde essa dívida.

“Vamos implementar a campanha em todas as nossas bases, levando aos empregados da Caixa a mensagem e conclamando todos a se juntarem nessa luta”, destacam os delegados e as delegadas do 33º Conecef.  No documento, constam ainda outros encaminhamentos relacionados à gestão da Funcef, com garantia de eleições diretas com regras democráticas e democratização da gestão.

Ressaltam ainda que a situação da Fundação é cada vez mais grave: “Contencioso, déficit, equacionamento, falta de transparência e de democracia ameaçam a sustentabilidade da Fundação”.

Resoluções

Outros pontos apontados durante o Conecef estão condições dignas de trabalho e retomada das contratações, intensificar a mobilização contra o processo de reestruturação, o Programa de Gestão por Desempenho (GDP) e o assédio moral e sexual.

Também estão programas de prevenção de doenças do trabalho e definição de políticas de saúde mental; realização de campanha permanente pelo cumprimento da jornada de trabalho e pelo correto registro das horas trabalhadas; manutenção do modelo de custeio do Saúde Caixa (70% para Caixa e 30% para os usuários) sem a inclusão de teto de contribuição do banco; defesa da democratização da Funcef; luta pelo fim do voto de Minerva e intensificar a luta contra o PLP 268/2016, que reduz a representação dos empregados na Fundação; cobrar responsabilidade da Caixa com o contencioso judicial; não à verticalização; fim dos descomissionamentos arbitrários; luta pelo não fatiamento da Caixa e pela manutenção da gestão pública do FGTS no banco.

Homenagem

O 33º Conecef  homenageou Rebecca Costa Serravalle. Empregada da Caixa e advogada, Rebecca foi a primeira diretora do Departamento da Mulher do Sindicato dos Bancários da Bahia, onde deixou um legado de luta e atuação, tornando a questão de gênero forte entre as bancárias Na APCEF, foi diretora Administrativa e Jurídica e membro da Executiva dos Empregados da Caixa onde sempre foi destaque na luta.

Definida pelos amigos como uma mulher incrível e guerreira incansável, liderou diversas lutas em defesa dos direitos da mulher. Trabalhou também como advogada de entidades de trabalhadores e trabalhadoras, sempre ao lado da classe que se dispôs a defender.

Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT


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