A Caixa Econômica Federal conseguiu na Justiça nesta segunda-feira (5) um interdito proibitório com o objetivo de impedir a legítima atuação do Sindicato nos locais de trabalho na mobilização pela garantia da vacina já para a categoria. Nesta segunda, conforme deliberado em assembleia no dia 1º, o Sindicato promoveu uma série de paralisações parciais pelo Plano Piloto, que vão continuar pelos próximos dias, como forma de pressionar o GDF a cumprir o que prometeu e priorizar os bancários no plano de vacinação contra a covid-19.
“Isso é mais um flagrante absurdo da direção da Caixa, que, ao invés de procurar junto ao Ministério da Saúde uma forma de incluir os empregados no Plano Nacional de Imunização, está mais preocupada em impedir um direito da categoria que é garantido constitucionalmente, que é de cruzar os braços. Definitivamente, isso é colocar os negócios acima da saúde e da vida das pessoas”, revolta-se a secretária-geral do Sindicato, Fabiana Uehara, que é coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).
“Mais do que tudo, o Sindicato está na luta pela proteção da vida – e é isso que a gente espera do governo e da direção da Caixa. Estamos lutando pela vacinação para todos, mas priorizar os trabalhadores, incluindo os da Caixa, é uma forma de proteger também a população, uma vez que as agências da Caixa têm gigantes aglomerações por conta do pagamento do auxílio emergencial e dos benefícios do governo”, acrescentou a dirigente sindical.
Criado em 1973, durante a ditadura militar, o interdito proibitório é um instrumento que visa proteger a posse de um bem móvel ou imóvel, sendo, portanto, um contrassenso utilizá-lo para proibir atividades sindicais. No pedido à Justiça, a Caixa diz querer “garantir, não só o livre acesso aos estabelecimentos bancários, como também a manutenção do quantitativo mínimo de funcionamento de cada agência […]”.
A assessoria jurídica do Sindicato já está analisando a decisão para tomar as medidas cabíveis.
Renato Alves
Do Seeb Brasília