RBA
Gabriel Valery
São Paulo – O Brasil voltou a registrar,nesta terça-feira (27), mais de 3 mil mortos por covid-19 em um dia após seis dias. Nas últimas 24 horas foram 3.086 de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). O país chega a 395.022 mortos desde o início da pandemia, em março de 2020. Isso, sem contar ampla subnotificação de casos e mortes denunciada por cientistas e reconhecida por autoridades.
Apenas os Estados Unidos somam mais mortos do que o Brasil pela covid-19. Entretanto, os norte-americanos estão avançados na vacinação, e os índices da doença estão despencando no país. Hoje (27), o governo suspendeu a obrigatoriedade do uso de máscaras para aqueles que estão vacinados com as duas doses necessárias dos imunizantes. Enquanto isso, o Brasil segue com um cronograma lento e cheio de incertezas sobre recebimento dos fármacos.
São Paulo – O Brasil voltou a registrar,nesta terça-feira (27), mais de 3 mil mortos por covid-19 em um dia após seis dias. Nas últimas 24 horas foram 3.086 de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). O país chega a 395.022 mortos desde o início da pandemia, em março de 2020. Isso, sem contar ampla subnotificação de casos e mortes denunciada por cientistas e reconhecida por autoridades.
Apenas os Estados Unidos somam mais mortos do que o Brasil pela covid-19. Entretanto, os norte-americanos estão avançados na vacinação, e os índices da doença estão despencando no país. Hoje (27), o governo suspendeu a obrigatoriedade do uso de máscaras para aqueles que estão vacinados com as duas doses necessárias dos imunizantes. Enquanto isso, o Brasil segue com um cronograma lento e cheio de incertezas sobre recebimento dos fármacos.
O Brasil ocupou o posto de epicentro da covid-19 no mundo entre o início de março e abril. Esse lugar está ocupado pela Índia, que vive o colapso dos sistemas de saúde e funerário, com números elevados da doença. Hoje, morreram ao menos 3.285 pessoas naquele país e foram infectadas 97 mil. Também existe ampla subnotificação na Índia, que concentra população seis vezes maior do que o Brasil.
A RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Connas). Eventualmente, elas podem divergir do informado pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências, para mais ou para menos, são sempre ajustadas após a atualização dos dados.
Pela primeira vez desde novembro, a taxa de contaminação no Brasil está sob relativo controle. O indicador calculado pela Imperial College de Londres aponta que o índice chamado RT está em 0,96 no país. Isso significa, na prática, que 100 pessoas contaminadas passam a doença para 96. Um surto é considerado em expansão nos momentos em que esta taxa está acima de 1.
Embora o indicador aponte para uma melhora no cenário, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vê uma tendência de estabilidade do surto. Estabilizar a covid-19 nos patamares atuais, com picos de mortes diárias acima de 3 mil, pode significar que o Brasil vá superar as 600 mil mortes até o meio do ano. Então, a entidade mantém o posicionamento por medidas de isolamento social e prevenção, que são os únicos métodos comprovados cientificamente para frear o vírus.
Outro fator de cuidado é o número diário de casos registrados, que antecipa em ao menos 10 dias a tendência de mortes. Nas últimas 24 horas, foram 72.140 novos casos confirmados. O valor é superior à média móvel atual, calculada em sete dias, que está em 56.927 infectados por dia. Já a média de mortes está em 2.431.
Mesmo a situação de estabilidade é frágil. Ao menor sinal de parada no crescimento da covid-19, medidas de isolamento são suspensas por governadores e prefeitos em todo o país. Isso, sem contar com a atuação do governo federal, do presidente Jair Bolsonaro, que segue em sua atuação de aliado do vírus, contrário às medidas para proteger a vida dos brasileiros.
Com isso, aliado à chegada do inverno, a situação pode piorar. Um aumento dos índices, a partir de uma estabilidade na casa das 3 mil mortes diárias significará uma tragédia ainda maior nos próximos meses.