RBA
São Paulo – Como 4.195 vítimas registradas oficialmente nesta terça-feira (6), o Brasil teve seu dia com mais mortos por covid desde o início da pandemia, em março de 2020. Apenas em São Paulo, foram mais de 1.300 mortes contabilizadas no período. Os dados, obtidos junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conass, aponta um totali de 336.947 vítimas do coronavírus, em números oficiais. A cada quatro pessoas que morreram hoje pela infecção em todo o mundo, uma delas era brasileira. Ou seja, 25% dos óbitos, apesar de o Brasil representar menos de 3% da população do planeta.
O país está muito “acima de todos’ os demais em número de mortes diárias causadas pelo coronavírus. A soma dos óbitos nos 10 países seguintes ao Brasil nesse índice não supera os números brasileiros. O Brasil caminha também para superar os Estados Unidos em mortes pela infecção em um período de 24 horas: 5.282 vítimas, registradas em 5 de fevereiro.
A RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conass. Eventualmente, elas podem divergir dos informados pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências para mais ou para menos são sempre ajustadas após a atualização dos dados.
O número de infetados em 24 horas também deu um salto em relação ao registrado nos últimos dias. Foram 86.979 novos casos. Também desde o início da pandemia, já são 13.100.580 doentes, sempre em números oficiais, ou seja, sem contar a subnotificação, reconhecida até mesmo pelo governo de Jair Bolsonaro, principal responsável pela tragédia.
Desde o início de março, o Brasil é o epicentro da covid-19 no mundo. Enquanto a comunidade internacional vê o número de infectados e mortos sendo reduzidos, incluindo os norte-americanos, o caos se aprofunda em território nacional. A Organização Mundial da Saúde (OMS), classifica o Brasil como “um risco para o mundo”, já que o vírus circula sem controle no país, que tende a se transformar em um celeiro para novas variantes mais resistentes, transmissíveis e mortais da covid-19.
Hoje, o recém empossado ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, quarto a ocupar a pasta durante a pandemia, conversou com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. “Começamos por como a situação é séria no Brasil, realmente alarmante”, relatou Tedros. Embora não tenha sido selado um compromisso do governo brasileiro em seguir as boas práticas científicas de combate à pandemia, o diálogo pode ser considerado um avanço. Até aqui, Bolsonaro vem rejeitando a OMS, chegando mesmo a atacar verbalmente o diretor-geral da instituição.
A posição de Bolsonaro contrário à OMS tem relação com sua postura diante da covid-19. Desde o início da pandemia, Bolsonaro minimizou a doença, chegou a dizer que não passava de “histeria da mídia” e de uma “gripezinha”. Desde então, o presidente seguiu com sua postura, promovendo aglomerações, ridicularizando o uso de máscaras e até mesmo atacando e divulgando desinformação sobre vacinas; outro ponto que mudou de postura com a pressão da realidade.