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São Paulo – O Brasil segue em escalada de casos e mortes por covid-19. Hoje (2) foi o dia com mais mortos desde o início da pandemia, em março do ano passado. Foram mais 1.641 vítimas em um período de 24 horas – ultrapassando a média de mais de uma pessoa morta a cada minuto. No total, já são 257.361 vítimas do novo coronavírus em um ano. O país também passa pela maior média de mortes, calculada em sete dias, de todo o histórico do surto: 1.262 óbitos por dia. As informações são do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Em relação ao número de novos casos, foram 55.925 no último período, levando o Brasil a somar 10.646.926 contaminações oficialmente notificadas.
São Paulo – O Brasil segue em escalada de casos e mortes por covid-19. Hoje (2) foi o dia com mais mortos desde o início da pandemia, em março do ano passado. Foram mais 1.641 vítimas em um período de 24 horas – ultrapassando a média de mais de uma pessoa morta a cada minuto. No total, já são 257.361 vítimas do novo coronavírus em um ano. O país também passa pela maior média de mortes, calculada em sete dias, de todo o histórico do surto: 1.262 óbitos por dia. As informações são do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Em relação ao número de novos casos, foram 55.925 no último período, levando o Brasil a somar 10.646.926 contaminações oficialmente notificadas.
Enquanto isso a vacinação caminha com lentidão. São cerca de 8,5 milhões de doses já aplicadas, mas apenas 0,9% dos brasileiros estão totalmente imunizados por terem recebido as duas doses necessárias, seja da CoronaVac, seja da Oxford-AstraZeneca.Curva epidemiológica de novos casos (esq.) e de mortes diárias (dir.). Forte tendência de elevação nas mortes no pior momento da pandemia. Fonte: Conass
Na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro vetou trechos de uma Medida Provisória apresentada pelo Congresso para facilitar a compra e distribuição de vacinas. Com isso, ele barrou as principais iniciativas desenhados para ampliar a proteção dos brasileiros. Entre eles, derrubou a autorização para que estados e municípios adotassem medidas para garantir a vacinação dos cidadãos, em caso de omissão do governo federal. Também vetou o prazo de cinco dias para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize a utilização de um imunizante que já tenha aprovação nos principais países do mundo, como Estados Unidos, União Europeia, China e Rússia.
As ações de Bolsonaro no sentido de dificultar o acesso às vacinas ainda podem ser revertidas. O texto deve retornar ao Congresso, que deve, por sua vez, derrubar o veto presidencial, já que a MP havia sido aprovada por unanimidade.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), lamentou a decisão de Bolsonaro. O governador visitou hoje instalações da União Química no Distrito Federal, acompanhado de outros governadores. Existe uma expectativa de que a farmacêutica produza 8 milhões de doses da vacina russa Sputnik V (“vê”, de vacina), em parceria com o laboratório Gamaleya.
“O cronograma de produção da Sputnik é para o início do mês de abril, com expectativa de 8 milhões de doses produzidas. Se o Ministério da Saúde compra essa produção, ótimo! Caso contrário, os estados também, mediante a apresentação de um cronograma, podemos firmar um contrato de opções de compra para todo o Brasil”, disse Dias. Como vigora uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garante autonomia dos governadores e prefeitos para que negociem vacinas, a articulação dos chefes de Executivo regionais por mais vacinas deve continuar.
O país vive uma situação de colapso do sistema de saúde em muitas cidades em diferentes estados. “O Brasil adotou uma estratégia genocida”, nas palavras do biólogo e divulgador científico Atila Iamarino, em entrevista para a BBC Brasil sobre a covid. Já em suas redes sociais, o cientista lamenta que o cenário deve piorar no futuro próximo. “Tivemos 250 mil mortes até aqui , geramos a variante que mais preocupa o mundo inteiro e ainda temos semanas terríveis pela frente. E não temos campanha nacional de combate à covid-19”, disse.
Já sobre a lentidão na vacinação, Atila também aponta para a falta de ações do governo Bolsonaro. “São as consequências de não termos outros acordos. Butantan e Fiocruz estão produzindo as doses dentro da agenda. Ficamos o ano passado inteiro de braços cruzados e agora não temos outros fabricantes entregando. E 2022 pode ser o ano de ver vários países abrindo e nós, trancados.”