Os bancários se mobilizam em todo o país em preparação ao “lockdown” de 24 horas convocado pela CUT e demais centrais sindicais para esta quarta-feira 24, em um movimento que juntará todas as categorias de trabalhadores e tem como bandeiras principais a defesa da vida, vacinação para todos, auxílio-emergencial de R$ 600, empregos e contra as privatizações do governo Bolsonaro. A palavra de ordem ‘Fora Bolsonaro’ também está na agenda das manifestações. Os bancários do Centro-Norte participam dos atos e paralisações.
“O Brasil ultrapassou nesta segunda-feira 12 milhões de infectados e 295 mil mortos pela Covid-19. Há mais de uma semana morrem quase 3 mil brasileiros todos os dias. Somos o recordista mundial de mortes, diante da inação do governo, que desde o início da pandemia se omite e desdenha da gravidade da crise, incentivando na prática esse verdadeiro genocídio. Por isso os trabalhadores têm de reagir e convencer a sociedade a dar um basta nessa tragédia”, afirma o presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Cleiton dos Santos, ele próprio vítima da Covid junto com toda sua família.
Na quinta-feira 18, dia em que morreram 2.659 brasileiros e brasileiras por complicações causadas pela Covid-19, o governo Bolsonaro editou a Medida Provisória (MP) nº 1.039/2021, que determina uma nova fase do auxílio emergencial reduzindo o valor pago no ano passado, de R$ 600, para apenas R$ 250, e o número de trabalhadores e trabalhadoras desempregados e informais com direitos ao benefício.
Por isso a CUT, as demais centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo mobilizam convocaram para esta quarta-feira 24 um “lockdown nacional”, um dia de luta em defesa da vida, da vacina, do emprego e do auxílio emergencial de R$ 600 reais para desempregados e informais. Em vários estados o movimento contará com o apoio também de governadores e prefeitos.
Na quarta 24 é dia de o trabalhador ficar em casa e não trabalhar, mesmo que esteja em home office, para deixar claro seu protesto contra a situação caótica em que o Brasil está, para cobrar do governo federal, deputados e senadores vacina já para todos e todas, auxílio emergencial decente, e políticas de proteção e geração de emprego e renda.
A categoria bancária de todas as bases da Fetec-CUT/CN vão participar do movimento, de acordo com as condições e necessidades de cada região, com grande mobilização nas redes sociais.
Em Brasília, os bancários realizaram um plenária nesta segunda-feira à noite para organizar a mobilização da categoria do DF contra as medidas ineficientes dos governos federal e distrital diante da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
No Acre, no Amapá, em Campo Grande e em Dourados (MS) os bancários já estão em “lockdown” em razão das medidas severas de contenção implementadas por governadores e prefeitos. Os bancários de Dourados integram o Comitê Regional de Defesa Popular junto com outros trabalhadores e percorrerão os bairros com carro de som. Em várias cidades desses estados estão proibidas quaisquer concentrações públicas.
No Pará e no Mato Grosso os bancários estão definindo as atividades junto com outras categorias de trabalhadores nos fóruns da CUT.
Ceará
Fortaleza: Serão colados em locais públicos os lambe-lambes com os preços dos alimentos, da gasolina e do gás de cozinha, conforme card em anexo.
Distrito Federal
Brasília: haverá colagem de cartazes em locais de grande circulação; carros de som circulando durante o dia e ação solidária com entrega de cestas básicas à população carente.
Mato Grosso do Sul
Campo Grande e cidades do interior: sindicatos colocarão carros de som pelos bairros, fixação de outdoors e faixas em locais de grande circulação, além e mobilização pelas redes sociais, denunciando o genocídio do governo de Bolsonaro e realizando um “memorial virtual” com nomes de trabalhadores falecidos, vítimas da Covid-19.
Minas Gerais
Belo Horizonte: haverá colagem de “lambe-lambe” (cartazes adesivos de pequeno porte) por toda a cidade, com o mote “Bolsocaro”; carro de som nas periferias, com mensagens sobre o auxílio emergencial, a carestia e “Fora Bolsonaro”; colocação de faixas “Vacina para todos” em praças e locais de grande circulação; e mobilização pelas redes sociais.
Rio Grande do Sul
Porto Alegre: colocação de faixas em passarelas e viadutos, a partir das 6h30 e ato simbólico em frente ao Palácio Piratini às 10h.
Sergipe
Aracaju: protesto em frente à Prefeitura Municipal (Rua Frei Luis Canelo de Noronha) para cobrar mais medidas de proteção contra a Covid-19. O protesto terá número restrito de manifestantes para respeitar o distanciamento social.
Metalúrgicos
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) orientou seus sindicatos a usar da mobilização virtual com as pautas:
- Vacina para todos e todas gratuita, em defesa do SUS;
- Defesa da manutenção do auxílio emergencial;
- Denúncia do governo Bolsonaro como responsável pela estagnação da economia, pelas mortes e situação de calamidade que vive o setor da saúde.
Para além das redes sociais, sindicatos colocarão nas ruas e portas de fábricas em várias cidades, carros de som com mensagens de conscientização.
Comércio e Serviços
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT) orientou sindicatos filiados a promoverem panfletagens nas praças, terminais de ônibus, trem e metrô, com o uso de carros de som; atos simbólicos; audiências públicas e uso de redes sociais.
Transportes
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) orientou suas entidades filiadas a a fazerem paralisações de duas horas durante o dia. Em Alagoinha, na Bahia, que a categoria fará paralisação de 24 horas.
Os metroviários farão protestos nas estações de trem, sem aglomeração, e os agentes de trânsitos de São Paulo fiscalizarão de forma prioritária os locais de vacinação, para ajudar as pessoas que forem de carro a se vacinarem.
O Sindviários (Sindicato dos Agentes de Trânsito do Estado de São Paulo) informa que a ação envolverá os trabalhadores e trabalhadoras da CET-São Paulo, EMDEC-Campinas, CET-Santos, TRANSERP-Ribeirão Preto, URBES-Sorocaba, além de outras.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT e CUT Nacional