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31 de Janeiro de 2022 às 19:31

Avanços são insuficientes nas negociações do Comando Nacional dos Bancários com os bancos

Fornecimento de máscaras adequadas e o retorno do home office para trabalhadores com comorbidade são duas reivindicações que permanecem


Em reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada na tarde desta segunda-feira (31), os bancos deram retorno sobre as reivindicações da categoria com relação aos protocolos de segurança sanitária para garantir a saúde e a vida da categoria, apresentadas na reunião realizada do dia 18 de janeiro.

"Apesar dos números de casos de Covid crescentes exponencialmente no Brasil, a Fenaban mantém a postura intransigente e retrógrada ao não buscar melhorar o enfrentamento à pandemia, jogando fora toda organização, toda luta e todo entendimento realizados no início da pandemia", critica Cleiton dos Santos, presidente da Federação Nacional dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), que integra o Comando Nacional e participou da reunião virtual.

"Na negociação de hoje a Fenaban continuou negando as reivindicações dos bancários para combater a pandemia com o uso de máscara e com a máscara adequada – a PFF2 ou N95 -, com a distribuição de álcool gel, com o distanciamento nas agências, com o controle de acesso nas agências, evitando aglomerações. Portanto, a categoria precisa, além de assumir a responsabilidade para evitar o maior número de contaminação, fazendo a sua parte, também se organizar e se mobilizar para fazer um grande enfrentamento e dar um basta a essa postura dos bancos", acrescenta Cleiton. Confira abaixo.



“Obtivemos algumas respostas positivas, mas ainda insuficientes para garantir a saúde e a vida dos bancários e evitar que os bancos se tornem um foco de transmissão da doença para toda a sociedade”, disse a coordenadora do Comando, Ivone Silva, que também é presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “É importante que haja um protocolo mínimo e mais rígido, pois deixar nas mãos dos gestores, isso acaba não sendo cumprido, principalmente na questão das máscaras e da sanitização”, completou, destacando a preocupação do movimento com relação ao relaxamento e à banalização no cumprimento dos protocolos de prevenção à Covid-19. “Vamos continuar cobrando, pois não foram satisfatórias as respostas dos bancos”, garantiu.

“Os bancos garantiram que os trabalhadores que mantiveram contato com colegas com caso confirmado de Covid-19 devem ser testados para que haja o retorno ao trabalho. Caso não haja condições de efetuar o teste, o retorno deve ocorrer somente no 11º dia após o contato”, informou o secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles.

A Fenaban disse que os bancos vão enviar comunicados aos gestores orientando o afastamento de 10 dias, com retorno somente a partir do 11º dia, no caso de não haver testes disponíveis, podendo ser reduzido para 7 dias, com retorno a partir do 8º dia, caso haja um segundo teste negativo, após o 5º dia de sintomas.

“É importante que essa orientação seja formalizada para que isso não fique a critério dos gestores, pois muitos estão evitando cumprir estes protocolos para atender as metas colocadas pelos bancos. Ou seja, é mais importante o cumprimento de metas do que a prevenção da saúde e a garantia da vida dos trabalhadores”, ressaltou o secretário de Saúde da Contraf-CUT.

Home office

Em decorrência do novo aumento dos casos de contaminação, internações e óbitos por Covid-19, o Comando Nacional dos Bancários voltou a cobrar o retorno do teletrabalho, principalmente para aqueles que possuem alguma doença que possa ser agravada nos casos de contaminação pelo vírus da Sars-Cov-2 (comorbidade).

“Desde o início da pandemia no país, nossas negociações com os bancos fizeram com que o setor bancário conseguisse evitar que o número de contágio e mortes fosse ainda maior. Agora, estamos vendo um retrocesso que não está diferenciando o setor bancário dos outros setores. Isso pode levar ao aumento dos casos na categoria e isso não podemos permitir”, disse Ivone.

Máscaras

Os bancos não aceitaram fornecer máscaras adequadas para seus funcionários, que sejam capazes de minimizar as possibilidades de contágio e transmissão do vírus. Alegam que existem bancários que preferem usar suas próprias máscaras de pano.

“Reivindicamos fornecimento de máscaras adequadas, indicadas por especialistas, pois não podemos aceitar falsa sensação de segurança. A maioria dos especialistas aponta que máscaras de pano não protegem da variante Ômicron”, observou Mauro Salles. “O que nos parece é que os bancos estão sendo negacionistas e estão tratando a doença como uma ‘gripezinha’. Sabemos que não se trata de uma ‘gripezinha’”, completou.

Vacinação contra a gripe

O Comando reivindicou ainda que os bancos adiantem a vacinação contra a gripe, como forma de prevenção contra a doença e para evitar que haja confusão dos casos de gripe com os de Covid-19, uma vez que os sintomas são muito parecidos.

A Fenaban informou que os bancos vão adquirir as vacinas assim que as mesmas forem disponibilizadas, com a atualização da fórmula para a proteção contra a H3N2 e as novas cepas do vírus da gripe. Mas, pode ser que não haja tanta antecipação, pois os laboratórios precisam produzir a vacina e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisa autorizar a importação. A previsão é de que a vacinação nos bancos seja realizada entre abril e junho, dependendo de quando a nova vacina ficar pronta e do tempo que a Anvisa levará para autorizar sua importação.

Reivindicações que permanecem

  • Sanitização das agências e unidades administrativas com casos confirmados;
  • Exigência do passaporte da vacina dos clientes;
  • Distribuição de máscaras adequadas (PFF2/N95) para os funcionários;
  • Protocolo unificado;
  • Retomada do teletrabalho em home office;
  • Controle de acesso de clientes;
  • Redução do horário de atendimento para diminuir tempo de exposição;
  • Garantia de álcool-gel nas agências e departamentos;
  • Manutenção de marcação do distanciamento;
  • Suspensão de visitas a clientes, pelo menos neste momento de alta de casos de infecção;
  • Melhorar o atendimento da telemedicina;
  • Compromisso com a não-demissão;
  • Antecipação da vacinação contra a gripe.
Fonte: Contraf-CUT, com Fetec-CUT/CN

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